A edição do Diário Oficial do Estado de 3 de setembro trouxe um decreto do governador Flávio Dino (PCdoB) que oficializou a data de 10 de fevereiro como Dia dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Maranhão, em reconhecimento à importância desses profissionais para o acesso ao direito à mobilidade. Exatos 16 dias após o ato governamental, o motorista Francisco Teixeira, de 47 anos, foi assassinato com tiros na cabeça durante um assalto ao ônibus que dirigia, da linha Bequimão/Ipase, no elevado da Cohama.
O latrocínio acabou manchando de sangue um momento que deveria ser de plena alegria para a classe, há décadas em permanente luta pela manutenção de direitos trabalhistas e contra a violência que ceifou a vida de Francisco e de tantos outros rodoviários no exercício da profissão.
Mas o que se viu, duas semanas após o registro oficial no calendário, foi uma tragédia, recebida como verdadeiro presente de grego pela a categoria e que causou forte abalo em a toda a região metropolitana de São Luís.
Antecedente
O latrocínio que vitimou Francisco Teixeira ocorreu um ano e meio após a morte do colega de profissão Alex de Paulo Oliveira, 36 anos, também baleado na cabeça por um assaltante, em uma parada de ônibus no Anel Viário, quando se dirigia para a empresa Taguatur, onde trabalhava.
O crime bárbaro, ocorrido em 15 de março de 2019, causou, na época, a mesma comoção de agora, uma série de protestos da categoria e promessas do sistema de segurança de reprimir os ataques criminosos. Serenados os ânimos e findada a repercussão pública, nada de impactante foi feito pelas autoridades.
Ao mesmo tempo em que foram contemplados com um dia do calendário para ser lembrado e chamar de seu, os rodoviários têm duas outras datas para esquecer, pelo pior motivo.