O Estado encerra na edição de hoje, com entrevista do deputado estadual e pré-candidato pelo PV, Adriano Sarney, a série de entrevistas realizadas com pré-candidatos a prefeito de São Luís.
A série foi iniciada no dia 18 de junho, com a entrevista do ex-juiz federal Carlos Madeira, e se estendeu até hoje, no formato ping pong, em que há uma sequência de perguntas abertas e respostas simultâneas do entrevistado.
A proposta foi ouvir dois pré-candidatos por semana, sempre nas edições das terças e quintas-feiras, respectivamente, e apresentar ao leitor, sem reservas, o que pensa cada um a respeito dos temas de maior relevância política nacional e local.
Na edição de hoje o pré-candidato Adriano Sarney falou sobre o seu projeto de gestão para São Luís; disse não se incomodar com os resultados das pesquisas de intenções de votos já publicadas até o momento; afirmou ter orgulho de sua origem; avaliou a gestão do atual prefeito, Edivaldo Holanda Júnior; fez uma análise sobre o debate político na capital, que segundo ele, nunca esteve tão raso, e assegurou estar preparado para assumir o comando do Palácio Lar Ravardière, sede da administração pública municipal. Abaixo, a entrevista na íntegra:
O Estado – Adriano, você exerce o segundo mandato na Assembleia Legislativa e hoje atua na liderança da oposição. Tem se aprofundado em discussões políticas e apresentado soluções para a administração pública. Você acredita estar preparado para assumir o comando do Palácio La Ravardière?
Adriano – Sim. O gestor público tem que se sustentar em três pilares: técnico, político e humano. O Prefeito tem que ter conhecimento profundo sobre a questão econômico-financeira da cidade. Na política, a capacidade de articulação com diferentes forças para minimizar arestas e potencializar soluções para o bem comum. E no quesito humano, ouvir e internalizar as necessidades das pessoas.
O Estado – As pesquisas de intenções de votos já publicadas até aqui colocam adversários em situação de vantagem em relação à sua pré-candidatura. É algo que o incomoda, ou dá para reverter assim que começar a campanha?
Adriano – Não incomoda, uma vez que os últimos levantamentos demonstram um crescimento da aceitação da nossa pré-candidatura, havendo, inclusive, empate técnico na segunda posição.
O Estado – Adversários sempre tentaram diminuir a sua atuação política pelo fato de você pertencer à família Sarney. Fazem isso também agora, neste período de pré-campanha. Que resposta dar a esses atores?
Adriano – Misturar sangue e política soa um tanto totalitário. Tenho orgulho das minhas origens e noto que esta narrativa citada é o único argumento que eles têm para tentar me acuar. Prefiro elevar o debate a propostas e soluções para a nossa São Luís.
O Estado – Que avaliação você faz da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?
Adriano – Quanto às pautas corriqueiras, uma gestão regular. Quanto à necessidade de audácia e inovação, uma gestão omissa.
O Estado – Se eleito, que tipo de administração você pretende implantar em São Luís? Há algum exemplo no Brasil ou em outra nação que o inspire?
Adriano – Vou implantar uma administração pautada na modernidade, potencializando as vocações econômicas da cidade e introduzindo ferramentas de gestão inovadoras. Referências não me faltam dentro e fora do país, como por exemplo Singapura, que é um país menor que a cidade de São Luís mas com densidade demográfica cinco vezes maior e com um PIB infinitamente superior. Isto se deve a uma gestão que estimula as aptidões humanas, geográficas e econômicas. Em Curitiba tivemos a gestão do Jaime Lerner, que revolucionou o transporte público, a infraestrutura e a urbanização de sua cidade. Vamos buscar a sua ajuda.
O Estado – A atual gestão do Governo sempre pregou existir uma espécie de parceria entre o Executivo Estadual e a Prefeitura de São Luís. O discurso foi mais presente em 2016 – período que antecedeu eleição municipal -, com a divulgação exaustiva do “programa Mais Asfalto”, que depois parece ter sido esquecido. Na sua avaliação, há parceria, de fato?
Adriano – Há cumplicidade entre o Governo do Estado e a Prefeitura. Se existe uma parceria, ela não é refletida em resultados práticos para a população.
O Estado – Se eleito, pretende dialogar com o atual governador Flávio Dino, que tem sido sempre hostil a você e ao seu grupo político?
Adriano – Sim. Quando o bem comum é o objetivo final, todas as diferenças devem ser anuladas. São Luís não pode ser prejudicada por atritos de qualquer natureza que possam frear seu desenvolvimento. Política não se faz com rancor.
O Estado – Há uma discussão bem presente no atual cenário sobre existência de um consórcio de pré-candidatos do Palácio dos Leões para tentar manter-se no Poder. Na sua avaliação, existe de fato essa articulação, ou não é algo tão relevante assim?
Adriano – Os partidos são independentes, tendo assim legitimidade para lançar suas candidaturas próprias, sendo ou não da base governista. Sempre defendi que quanto maior o número de candidaturas, mais amplo será o debate.
O Estado – O que você pretende apresentar para o eleitor como diferencial em relação aos demais pré-candidatos?
Adriano – Acredito que o debate sobre a cidade nunca esteve tão raso. Até o momento só ouvimos falar em asfalto e praças. São Luís é muito mais do que isso, devemos discutir o retroporto, o polo tecnológico, a rota do turismo da cultura, o cinturão verde, a cidade portuária, a despoluição dos nossos rios e praias, a arborização de nossa cidade, um sistema de saúde humanizado, a modernização da mobilidade urbana, tudo em linha com a ideia de cidade sustentável, implementada em grandes centros do mundo. A prefeitura de uma cidade é a zeladoria dela e isso significa cuidar da cidade e das pessoas. Isso deve ser um mantra e refletir todas as ações da gestão municipal. O meu foco é na gestão e o meu diferencial é quebrar paradigmas.
O Estado – Como você avalia a tentativa do governador Flávio Dino de inserir-se num cenário político nacional da forma como tem feito? Os indicadores do Maranhão todos pioraram, mas ele usa como estratégia o ataque ao presidente Jair Bolsonaro. Tem futuro?
Adriano – Como já mencionei, toda e qualquer candidatura é legítima. Os dados do Maranhão são públicos e notórios, cabe ao povo do Brasil analisar e fazer a sua escolha.
Adriano Sarney que Deus abençoe você nosso futuro prefeito de São Luís. O povo tem confiança no seu trabalho que vem prestando no Maranhão e vai fazer muito mais pela nossa capital. Seu trabalho é brilhante e diferente, eu acredito que será nosso prefeito para o bem da população de São Luís. Pra cima deles!