Por Adriano Sarney*
No centro da polarização entre a esquerda e a direita existe o bom senso. A minha ideologia política é a sensatez. As bandeiras anti-fascista ou anti-racista não pertencem exclusivamente à esquerda, mas à humanidade. Privatização ou comércio livre não são ideias pertencentes aos direitistas. Os extremos são iguais, infelizmente intransigentes. O que o Brasil e o mundo precisam é de um caminho pelo centro que dialoga, que conversa e ouve as necessidades das pessoas. Aplicar as melhores soluções sem preconceitos: ideias de economia de mercado para gerar empregos, defender programas sociais para reduzir a desigualdade, combater injustiças e preconceitos para garantir a igualdade dos cidadãos, são ações que devem caminhar juntas, não separadas. Por não ter amarras extremistas é no centro, no equilíbrio, onde os problemas são resolvidos.
Um vídeo manifesto na internet, do grupo “O Brasil em Movimento”, descreve esse posicionamento da seguinte forma:
“O centro da gravidade é o que dá equilíbrio. O centro é o que absolve as diferenças, porque os extremos divergem. Mas o centro converge. Os extremos pregam o monopólio de que a solução está de um só lado e é excludente. O centro aceita o princípio de que a realidade é complexa demais para caber em monopólios e que, por isso, é preciso incluir. Incluir o que há de bom em cada extremo para buscar no centro a solução prática dos problemas. O centro não é ausência de posições, é ausência de preconceitos. E por não ter preconceitos, o centro não se importa de onde uma ideia vem, mas para onde a ideia leva. O centro busca ser um ponto de equilíbrio em um país dividido. Buscar somar as partes para formar um todo. Nem todos estão preparados para isso, ocupar os extremos é mais confortável do que dialogar e aceitar as diferenças. Difícil mesmo é enfrentar os preconceitos e enxergar o mundo não como você acha que ele deva ser, mas ver o mundo como ele é. O centro tem um olhar privilegiado dos problemas. E é por isso que é no centro onde eles se resolvem”.
Portanto, o centro é o equilíbrio. É um posicionamento que não pode ser confundido com o “Centrão” do Congresso, o qual não possui uma orientação ideológica específica, mas é, na verdade, um agrupamento de partidos políticos que atuam com o objetivo de se aproximar do poder executivo. Também não pode ser generalizado como “Isentão”, um adjetivo pejorativo para quem não adere 100% às ideias da direita ou da esquerda. Em outras palavras, se você não é dogmático, você é “isentão”.
Para quem me acompanha, por exemplo, sabe que faço oposição ao governo estadual, sou contra aumento de impostos, não concordo com sua política industrial, acho que houve desmonte na saúde, no social e na economia do Maranhão durante o governo PCdoB, apesar de ter apoiado alguns programas como o Bolsa Escola. No entanto, isso não me faz um conservador de extrema direita ou um bolsonarista. Não concordo com a mentalidade e atitudes do presidente, mas apoio sua tentativa de implementar uma economia liberal além de se esforçar para lançar o Renda Brasil para profissionais informais. Nada disso me faz um isentão, esquerdista ou direitista. Quero o melhor dos dois mundos e rejeito fanatismo, isso deixo com eles.
O Brasil e o Maranhão precisam colocar os pés no chão, lidar com o pragmatismo para construir uma sociedade com economia pujante, equidade de oportunidades e respeito ao próximo. Esse caminho é pelo centro e com um passo à frente!
*Deputado Estadual, Economista com pós-graduação pela Université Paris (Sorbonne, França) e em Gestão pela Universidade Harvard.
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