Polícia Legislativa teve que intervir diante dos ânimos acirrados
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), viveu momentos difíceis ontem (15), no plenário da Câmara Federal. Ao ocupar o pequeno expediente para tentar desqualificar o deputado paranaense Boca Aberta (PROS-PR) ele recebeu resposta à altura dos seus ataques verbais e por pouco o embate não resultou em violência física.
Recorrendo, mais uma vez, à sua língua ferina contra alguém que considera desafeto, Márcio Jerry disse que Boca Aberta não era digno de ocupar a cadeira da Presidência da Casa, a qual havia assumido em razão da ausência momentânea do presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Disposto a depreciar o colega de parlamento, Jerry fez a seguinte declaração: “quero, em primeiro lugar, me solidarizar com o presidente da Casa, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que conduz a Casa com correção democrática, visão ampla, com respeito à pluralidade que aqui existe. Agora, com todo o respeito, quero dizer que o deputado Boca Aberta, […] não é digno de estar na cadeira de Ulysses Guimarães, não é digno de estar na cadeira de Rodrigo Maia”.
De pronto, o deputado Paraná rebateu as ofensas do detrator e exigiu respeito do comunista, dando-lhe uma verdadeira lição de ética. “Aqui você tem que dizer as coisas se tiver certeza, não com base no que você acha”, afirmou, alterado, enquanto era contido por homens da Polícia Legislativa. “Se eu não sou digno de ocupar aquela cadeira (de presidente da Câmara), quem você acha que é? É você, o Zé Dirceu, o Lula, o Palocci, que estão presos?”, questionou.
Visivelmente sem graça e com medo de levar uma sova em plenário, Márcio Jerry tentou se esquivar da fúria do colega que havia atacado, o que deixou Boca Aberta ainda mais irritado. “Seja homem e espere eu falar, rapaz!”, vociferou.
O deputado paranaense é ligado ao presidente Jair Bolsonaro, o que levou muitos observadores a interpretarem o ataque repentino de Márcio Jerry como uma tentativa desesperada de chamar a atenção e atrair os holofotes mídia, de modo a dar visibilidade à campanha antecipada do seu patrão e amigo íntimo, Flávio Dino (PCdoB), que alimenta o projeto de eleger-se presidência da República, apesar do governo desastroso que faz no Maranhão.
Boca Aberta ganhou notoriedade por ter entregue um troféu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no dia da audiência em que o ex-juiz compareceu, na condição de convidado, para esclarecer as revelações feitas pelo site “The Intercept Brasil” sobre sua atuação e de procuradores federais no decurso da Operação Lava Jato.
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