Apontado como nome predileto de Flávio Dino (PCdoB) para concorrer à Prefeitura de São Luís, em 2020, o deputado federal Rubens Pereira Júnior, recentemente anunciado pelo governados como novo secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, tem um histórico político familiar nada favorável para quem pretende ingressar em uma disputa eleitoral acirrada como a que envolve o comando do Poder Executivo da capital maranhense.
Rubens Jr. é filho do ex-deputado estadual Rubens Pereira, ficha suja desde 2014 por ter tido as contas da sua gestão como prefeito de Matões (1996-1998) reprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Rubens Pereira, o pai, teve a inelegibilidade decretada por oito anos e só estará habilitado a retornar à política em 2022. Em 2006, quando tentava voltar à Assembleia Legislativa, ele já havia sido punido com a anulação dos seus votos devido a um esquema de corrupção na Prefeitura de Matões e foi substituído justamente pelo filho, então um recém-formado advogado.
A estreia de Rubens Jr. na política foi traumática, mas bem sucedida. De início, ligado ao grupo liderado pela ex-governadora e então senadora Roseana Sarney, ele migrou para o PDT do falecido Jackson Lago tão logo este confirmou sua vitória na eleição para o governo naquele ano.
Com a cassação de Jackson, em 2009, abraçou o projeto de poder de Flávio Dino, aderiu ao comunismo, tornando-se um destacado membro do PCdoB do governador, que agora reafirma sua afeição ao pupilo indicando-o para a sucessão municipal em São Luís.
Presente em múltiplos palanques em 12 anos de mandatos consecutivos, Rubens Jr. também já fez jus ao DNA da sua família e foi acusado de cometer atos de improbidade. Em 2010, o Ministério Público Eleitoral chegou a representá-lo duas vezes pela prática de caixa 2, ocasião em que pediu a cassação do seu mandato.
É esse o nome ungido por Flávio Dino para disputar a prefeitura da capital. Levando em conta a falta de empatia com a população ludovicense, a genealogia política de Rubens Jr. e as suspeitas de corrupção que o próprio deputado já protagonizou, não é exagero afirmar que a preferência do governador é um tanto descabida e que a pré-candidatura acalentada pelo comunista já nasceu morta.
