Não passam de mera jogada midiática as declarações e aparições públicas do governador Flávio Dino (PCdoB) como incentivador da fabricação e comercialização da cerveja Magnífica no Maranhão. Produzida à base de mandioca, a bebida não atende a contento a demanda do mercado local porque a sua matéria-prima não tem uma cadeia produtiva fortalecida, iniciativa que deveria partir do governo.
Diante da fanfarronice e da omissão de Flávio Dino, entidades representativas do setor agrícola e prefeituras de municípios produtores de mandioca começaram a se articular diretamente com a Ambev, dona da marca Magnífica, para definir estratégias de fomento à produção da raiz em maior escala. Carente da matéria-prima para abastecer o mercado de forma satisfatória e lucrar mais. a cervejaria tem dialogado com os setores produtivos e as administrações municipais sem qualquer interlocução governamental.
Foi o que aconteceu semana passada, quando reuniram-se, em São Luís, sob a coordenação do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), membros da Federação da Agricultura e da Pecuária do Maranhão (Faema),
do Sindicato Rural de Araioses, o prefeito Hilton Gonçalo, de Santa Rita, município produtor de mandioca; e o gerente Agro Brasil da Ambev, Igor Monteiro.
Um dos objetivos do encontro foi estimular o aumento da produção de fécula de mandioca para o abastecimento da fábrica de cerveja Magnífica, lançada em 18 de dezembro do ano passado no Maranhão. com projeto de expansão que esbarra na baixa oferta da matéria-prima usada na fabricação da bebida,
Reforçando a impressão de que o seu governo não dá a mínima para a cadeia produtiva de mandioca, seja para a produção de cerveja, seja para outros fins, Flávio Dino enviou à reunião apenas um adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura (Sagrima), sem qualquer poder de decisão e sem nenhuma proposta oficial.
Presente com boa parte do deu staff ao lançamento da Magnífica, realizado em um restaurante da orla de São Luís, Flávio Dino chegou a discursar no evento, ocasião em que prometeu apoiar a produção da cerveja. Passados dois meses desde a chegada da bebida ao mercado local, o que se vê é o desinteresse do Estado em relação ao produto genuinamente maranhense, que, por sua natureza, tem alto potencial de gerar trabalho e renda e tirar milhares de famílias da miséria.