O ataque a duas agências bancárias, ao quartel da Polícia Militar e a uma empresa de segurança de valores ocorrido entre a noite do último domingo e a madrugada de ontem, em Bacabal, a 236 quilômetros de São Luís, deixou a população da cidade em pânico. Em meio ao desespero que tomou conta dos bacabalenses, com repercussão estadual e nacional, vem à tona um questionamento: por que, em tempos de comunismo, a segurança pública nos municípios do interior do Maranhão só ganha reforço em período eleitoral?
Bacabal foi invadida por um numeroso bando, estimado em mais de 100 criminosos. Os bandidos roubaram, atearam fogo e explodiram as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, fizeram cidadãos comuns e militares reféns – estes últimos, no próprio quartel -, trocaram tiros com policiais, incendiaram veículos, bloquearam vias, tomaram carros de assalto, enfim, promoveram o terror na cidade por mais de duas horas.
A audácia desmedida da quadrilha se deveu, principalmente, a um fator: a vulnerabilidade do município no que se refere ao efetivo policial. A presença escassa das forças de segurança pública para enfrentar os bandidos que invadiram Bacabal é algo absurdo, se levarmos em conta que em período eleitoral o aparato costuma ser ampliado.
Foi assim no último dia 28 de outubro, quando ocorreu a eleição suplementar para prefeito de Bacabal e um efetivo formado por centenas de militares e civis foi destacado para garantir a ordem durante a votação. Não que a medida fosse desnecessária, mas o município, assim como todos os demais, precisam de policiamento fortalecido em tempo integral, à altura da ousadia e do poder ofensivo do crime. Infelizmente, em tempos de comunismo, a distribuição do efetivo não obedece a essa lógica.
O envio de forte aparato policial para atuar na eleição municipal em Bacabal está longe de ser um episódio isolado em que a política influenciou a atuação das forças estaduais de segurança pública. O aparelhamento da PM, no governo Flávio Dino (PCdoB), por tal motivação ganhou ainda mais evidência após a expedição de uma circular, em 19 de abril deste ano, pelo Comando do Policiamento de Área do Interior 2, sediado em Barrado Corda, com ordem para que fossem levantadas informações sobre opositores (ex-prefeitos, ex-deputados e ex-vereadores) supostamente capazes de causar embaraços ao período eleitoral. O objetivo seria monitorar desafetos, neutralizar suas ações e reprimir eventuais incômodos foi denunciado repetidas vezes pela imprensa não alinhada ao Palácio dos Leões e por políticos que integram a bancada oposicionistas
O caso ganhou ampla repercussão local e também foi noticiado, com ares de escândalo, por jornais, portais de notícia e emissoras de rádio e TV Brasil afora. A versão predominante foi a de que se tratava de uma tentativa da gestão comunista de espionar e levantar a ficha de adversários políticos. Abalado por mais uma grave suspeita, o governo tratou logo de se esquivar de qualquer participação na elaboração do documento. O Comando Geral da Polícia Militar também não assumiu a autoria da circular e instaurou sindicância para apurar as responsabilidades em relação ao ato. Antes, já havia exonerado os oficiais que assinaram a ordem.
Desprovido de policiamento condizente com suas necessidades, o interior do Maranhão é alvo fácil para quadrilhas de assaltantes, como a que invadiu Bacabal. Os bandidos não costumam encontrar resistência ao penetrar em qualquer região e cometem todo tipo de atrocidade, transformando, inclusive, policiais em vítimas.
Bem diferente do período eleitoral, quando aqueles que ousam confrontar a máquina do governo comunista são rechaçados com truculência pela mão pesada do Estado.
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