Síndrome do pânico: entenda a relação com ansiedade, depressão e saiba o que fazer
Especialista fala sobre as diferenças e sintomas relacionados à essas doenças
Um dos transtornos mais graves de ansiedade é a síndrome do pânico. A doença caracteriza-se por um conjunto de sintomas que faz com que a ansiedade ou o medo do indivíduo – mesmo que não haja sinais de perigo iminente – sejam potencializados a ponto dele acreditar que está passando por uma situação mais trágica do que realmente parece, ou até mesmo achar que vai morrer sem motivo aparente.
Segundo estudo da Organização Mundial da Saúde realizado neste ano, o Brasil tem a maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, com 9,3% da população brasileira acometida por algum transtorno de ansiedade e 5,8% por depressão. As causas para a síndrome do pânico podem ser variadas, começando pelo estilo de vida do paciente, ou ainda, pode ser desencadeada em virtude de algum trauma. Entretanto, pessoas ansiosas possuem maior probabilidade de desenvolver a doença.
A especialista Bárbara Serpa, psicóloga do Hapvida Saúde, afirma que a diferença entre o pânico e a ansiedade está basicamente ligada à intensidade do sentimento. “ A síndrome do pânico é um evento inesperado de medo vivenciado de forma intensa e prolongada, por meio de reações físicas severas, sem causa de perigo real. Já o transtorno de ansiedade, apesar de também desencadear sintomas físicos, ocorrem em menos intensidade e em menor período. É importante destacar que o transtorno de ansiedade não é necessariamente síndrome do pânico, porém, caso essa ansiedade não seja tratada poderá evoluir para a síndrome do pânico”, reforça.
A psicóloga ainda explica que é comum o paciente intercalar períodos de crise com períodos estáveis, mas a sensação de mal-estar costuma ser constante e ainda pode vir com algumas comorbidades como falta de apetite, cansaço, angústia e dor no peito. “A falta de apetite é mais comum em pessoas depressivas, mas pode acontecer com portadores de síndrome do pânico também, porque acabam se restringindo socialmente e se deprimindo”, completa Bárbara.
A psicóloga aconselha a busca por psicoterapia e atividades que reduzem a ansiedade, pois, também favorecem no tratamento. “A ajuda profissional, é de fundamental importância, pois é em terapia que se aprende a identificar os gatilhos dos momentos de crise, a compreender os sentimentos e sensações vivenciadas, e de estabelecer estrategias individualizadas para se manejar os sintomas presentes. Somando com uma mudança de pensamento e o controle da respiração são pontos fundamentais. O indivíduo deve ainda começar a perceber que dentro da sua realidade as coisas ruins não aconteceram com uma frequência com que ele pensa”, orienta.
A recomendação da espacialista para o momento de um ataque de pânico é parar o que estiver fazendo, sentar-se e respirar de forma lenta e profunda. “Alterar o pensamento de negativo para positivo também ajuda a trazer o indivíduo para a realidade, fazendo-o perceber o que é fantasia ou não. Outro fator que auxilia na superação dos momentos de crise é uma rede de apoio bem alicerçada, que acolha e auxilie no engajamento ao longo do tratamento, compreendendo que os sintomas físicos vivenciados devem ser encarados de forma séria”, esclarece Bárbara Serpa.
A profissional também recomenda a realização de atividades físicas para auxiliar e amenizar os sintomas de insônia, melancolia e isolamento. “As atividades devem também ser realizadas em grupos ou em contato com a natureza. Hábitos que despertem interesse como as atividades manuais, cozinhar ou bordar, também auxiliam na redução dos sintomas relacionados à ansiedade e tiram o foco dos pensamentos negativos”, encerra.