Em audiência pública realizada no final do mês passado para discutir a privatização de estatais que operam o setor de energia elétrica do país, a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) foi citada como exemplo bem sucedido de transferência do controle acionário do setor público para o privado.
Renata Becker Isfer, representante do Ministério de Minas e Energia (MME), buscou, em sua apresentação, demonstrar os benefícios decorrentes da privatização de algumas empresas, e mencionou o caso do Maranhão. Segundo a expositora, a Cemar, cujo controle foi adquirido, em 2006, pela Equatorial Energia, era considerada, antes da venda, uma das cinco piores concessionários em qualidade de prestação de serviços de energia, segundo o ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), registrou melhora significativa
“A Cemar sempre esteva entre as cinco piores, e hoje é a segunda no ranking da Aneel”, afirmou. A representante do MME também afirmou que a privatização trouxe benefícios não só para os consumidores, mas também para os empregados, pois a mudança aumentou o número de empregos nas empresas.
Há controvérsias
Resta saber se os consumidores concordam com as afirmações da representante do MME, já que a Cemar lidera o ranking de reclamações do Procon, sobretudo pela tarifa aplicada aos consumidores e da modalidade de cálculo para a atribuição de valores à conta de luz, bastante questionada e denunciada até mesmo nos canais de comunicação da própria concessionária.