A atitude desesperada do secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, de pressionar servidores comissionados da pasta que comanda a participar de um comício realizado pelo governador Flávio Dino (PCdoB) e seus aliados, no último sábado (22), na Beira-mar, teve duas consequências trágicas para a campanha comunista. Uma delas é a possibilidade de uma punição severa da Justiça Eleitoral, caso esta entenda que Lula cometeu abuso de poder político, algo que ficou evidente nos áudios que gravou para convocar seus subordinados para o ato político. A outra consequência nada favorável à campanha dinista foi a constatação de que os governistas só conseguem arregimentar público para os seus eventos na base da coação.
As mensagens de áudio transmitidas pelo secretário de Saúde não deixam dúvidas de que ele forçou a barra para levar o maior número de comissionados possível ao comício do chefe, que registrou público muito aquém do que se espera de um candidato à reeleição que diz ter ampla vantagem sobre a principal adversária e aparenta estar certo de que liquidará o pleito já no primeiro turno, amparado em pesquisas feitas por institutos contratados por veículos de comunicação alinhados ao seu projeto de poder.
Por partir não apenas de um secretário de Estado, mas também de um advogado especialista em direito eleitoral, a postura mostra-se ainda mais grave. Mesmo ciente de que estaria sujeito às penalidades previstas em lei, Carlos Lula não hesitou usar a autoridade do cargo que exerce para fins políticos. E ao assumir tal risco, ele dá a entender que a aliança palaciana é capaz de cometer qualquer ato, por mais tresloucado que seja, para não sair derrotada nas urnas.
Apenas Carlos Lula foi flagrado coagindo trabalhadores cuja permanência no emprego depende da sua poderosa canetada. Mas ninguém garante que outros membros do primeiro escalão do governo comunista tenham adotado a mesma prática criminosa. Levando-se em conta o público de 15 mil pessoas presentes ao evento, estimado pela própria coordenação da campanha comunista, é provável que outros secretários e gestores menos graduados tenham recorrido à mesma artimanha para pressionar suas equipes a comparecer ao ato político, em plena noite de sábado, período dedicado pela maioria dos cidadãos ao convívio familiar.
A nota de repúdio divulgada pela coligação “Maranhão quer Mais”, que tem Roseana Sarney como candidata ao governo, também faz menção ao secretário de Estado de Cultura e Turismo, Diego Galdino, afirmando que ele teria adotado a mesma prática do colega Carlos Lula.
Cabe agora à Justiça Eleitoral investigar os indícios de crime eleitoral, que estão mais do que evidentes na conduta de Carlos Lula. São indícios fortíssimos de que Flavio Dino e seu grupo vêm usando e abusando da máquina pública do Palácios do Leões na campanha.
O Ministério Público Eleitoral e o próprio TRE-MA não podem fechar os olhos para tamanho acinte, típico do que atropelam a lei por terem a certeza da impunidade.
Ouça os áudios comprometedores de Carlos Lula:
Pedir não é crime. Mas uma vez o TRE vai acabar o fake news da mirante.