Quem diria que a principal arma do governador Flávio Dino (PCdoB) contra adversários, a perseguição, pode levar à cessação do mandato do comunista. Pois é justamente esse o argumento que embasa o pedido de impeachment protocolado na última quinta-feira (28) pelo deputado estadual Edilazio Junior (PSD) na Assembleia Legislativa. A peça jurídica foi elaborada por ninguém menos do que o advogado Pedro Leonel Pinto de Carvalho, decano da advocacia maranhense.
Flávio Dino é acusado de usar a Polícia Militar para espionar adversários políticos que possam causar embaraços na próxima eleição, quando ele tentará renovar o mandato e seus principais aliados disputarão cargos no Senado, na Câmara Federal e no Legislativo estadual. Uma circular expedida pelo Comando do Policamento do Interior (CPI), que vazou em março deste ano, com ampla repercussão local e nacional, é a prova cabal de que o governo usou a corporação militar para monitorar e intimidar opositores.
A ordem teria sido transmitida às unidades da PM do interio por orientação do coronel Heron Santos, ex-candidato a deputado estadual, em 2014, filiado ao PCdoB de Flávio Dino. O oficial de alta patente seria o elo político com a tropa, segundo apontou, em suas primeiras investigações, a sindicância instaurada pelo Comando Geral da PM para apurar o caso. O resultado de tal sindicância jamais veio a público, o.que reforça as suspeitas de espionagem que recaem sobre os comunistas.
Fundamentado
Segundo Edilazio Júnior, o pedido de impeachment está muito bem fundamentado. O deputado acredita que em meio aos fatos denunciados há elementos suficiente que configuram crimes de responsabilidade e de improbidade administrativa cometidos pelo governador do Maranhão, que ao criar uma espécie de polícia política em sua gestão violou gravemente a Constituição Federal e a Constituição Estadual, sobretudo no que se refere à honra e à liberdade.
O deputado crê, ainda, que a mesa diretora da Assembleia Legislativa aceitará o pedido de impeachment e que os colegas de plenário se posicionarão de acordo com a lei.
Ressalta também Edilazio que o clamor popular diante de crimes tão graves atribuídos a Flávio Dino não deixarão outra opção ao parlamento senão acatar o pleito apresentado, apesar de o governo ter maioria na Casa.