O tradicional encontro de grupos de bumba meu boi de matraca em homenagem a São Marçal, realizado há quase 100 anos, no bairro João Paulo, como manifestação espontânea da comunidade, especialmente dos adeptos do genuíno folclore maranhense, está agora sob intervenção comunista. Em pleno ano eleitoral, o governador Flávio Dino (PCdoB) e seu staff da área cultural resolveram apropriar-se do evento, excluindo e humilhando o grupo de cidadãos abnegados que há décadas organizava a festa com brilhantismoo e notória aceitação popular.
A interferência palaciana no festejo começou com uma proposta indecente apresentada ao Instituto São Marçal, fundado por populares para dar representatividade jurídica ao folguedo e viailizar o cumprimento dos trâmites burocráticos, principalmente o atendimento das formalidades necessárias à captação de recursos. Mesmo ciente da grandiosidade do evento, o governo estadual ofereceu um apoio financeiro de R$ 20 mil aos organizadores, que de pronto recusaram, alegando que o recurso não cobriria sequer as despesas básicas da festa.
Foi a deixa que os comunistas precisavam para apoderar-se da festa, popular por natureza, autêntica e alheia a qualquer tipo de influência ou artimanha política.
Mas é justamente essa originalidade que os palacianos pretendem descaracterizar ao atropelar os genuínos representantes da comunidade na organização do festejo. Com a campanha eleitoral batendo às portas, Flávio Dino e aliados acreditam que o encontro de bois em louvor a São Marçal será mais uma vitrine para seduzir os olhares do povo e, quem sabe, iludir consciências.
A interferência comunista não foi nada salutar para o festejo, descaracterizado em sua essência, para desgosto dos boieiros, que mantém como rito sagrado a ida ao João Paulo a cada dia 30 de junho, muitos com matraca, pandeirão e vestindo indumentária, encarnado o mais autêntico espírito da cultura popular maranhense.
Intervenção à parte, o festejo de São Marçal tem um benfeitor de verdade este ano, o deputado estadual Wellington do Curso (PSDB), que destinou, por meio de uma emenda parlamentar, uma verba de R$ 100 mil à presente edição da festa do evento.
A liberação do recurso foi apenas um dentre os inúmeros gestos de Wellington em favor do folclore do Maranhão. Ele, que já chegou a paramentar-se em plenário em homenagem aos 120 anos do Boi da Maioba, uma das manifestações mais representativas da nossa cultura, exibe sensibilidade ímpar quando o assunto são as causas populares, dentre as quais os movimentos folclóricos.
Wellington sempre fez sua parte para preservar a tradição do festejo de São Marçal. Desde os tempos de militar no antigo 24° Batalhão de Caçadores (hoje Batalhão de Infantaria de Selva) e do inicio da sua carreira como empresário bem sucedido do ramo de cursos preparatórios, ele sempre teve forte ligação com o João Paulo, berço de sua ascensão para a trajetória vitoriosa que vem trilhando.
Por falar em Forças Armadas, o Exército já comunicou que este ano não fará a tradicional distribuição de água e caldo de feijão ao público durante a festa. Alega que não foi avisado a tempo de mibilizar contingente, estrutura e insumos para dar sua sempre valorosa e bem vinda contribuição, interrompendo um costume que se repetia há décadas.
Prejuízo visível, mas não o único, da intromissão comunista em um folguedo que sempre teve identidade própria e jamais precisou ser tutelado para fins politiqueiros.