Empresa é acusada por trabalhadores de tentar camuflar acidente e é obrigada a adotar medidas de segurança
Uma peça metálica despencou, na tarde desse domingo (20), de uma plataforma, no Porto do Itaqui, no momento em que trabalhadores carregavam um navio com celulose e por pouco não provocou uma tragédia. Os operadores portuários acusam a empresa G5 Soluções Logística e Transportes LTDA., responsável pela operação, de tentar camuflar o acidente. O blog teve acesso ao relatório do acidente produzido pela Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap).
Pesando cerca de 15 kg, a peça, uma roldana da ponte rolante usada para levar a carga ao convés do navio Star Fuji, de bandeira norueguesa, atracado no terminal desde o último dia 14, em razão de uma paralisação de portuários (relembre aqui), caiu segundos depois da cabine de uma carreta ter passado para posicionar a carga embaixo de um equipamento chamado spreader (dispositivo utilizado para levantar contêineres e carga unitizada). Por sorte, ninguém saiu ferido, mas o acidente acabou interrompendo novamente a operação. “Um acidente que poderia ter sido grave e o encarregado da G5 querendo camuflar e mexer nas peças do acidente”, relatou o presidente do Sindicato dos Arrumadores, Carlos Magno Mais Castro, o Lixa.
Os operadores portuários estão sendo obrigados a carregar o navio por força de uma liminar. A Justiça fixou multa de R$ 20 mil, a ser paga pelo sindicato da categoria, em caso de descumprimento da decisão. Os trabalhadores denunciam as condições inseguras de trabalho e revelam que estão executando seus serviços com um equipamento danificado.
Ainda segundo eles, um empregado da G5 os ameaçou, com o intuito de intimidá-los e evitar que voltem a cruzar os braços. Outra funcionária da empresa teria partido para cima de um operador portuário avulso para agredi-lo com palavras de baixo calão porque o trabalhador se recusou a realizar o serviço em condições insalubres.
Lixa denuncia, também, o que chama de omissão da Emap, que estaria permitindo todo tipo de abuso e arbitrariedade cometido pela Emap. “Não sei por que a Emap não cassa a matrícula da G5, operadora recordista em número de acidentes no Porto do Itaqui”, questiona o sindicalista.
Empresa é obrigada a adotar medidas de segurança após acidente
O relatório de reunião de alinhamento realizada após o acidente, produzido pela administração portuária, confirmou a queda da peça e a nova paralisação do carregamento do Star Fuji após o acidente. No documento, foi registrado que “a mesma veio a cair sobre a prancha de uma carreta, resvalando para o chão”.
No relatório, a autoridade portuária aponta que foi solicitado ao comando do navio um documento oficial atestando as boas condições do equipamento de bordo, que foi repassado in loco e via e-mail pela agência responsável pela embarcação. A Comissão de Segurança no Trabalho (Coset) da Emap reforçou que a empresa armadora e seus representantes do país são os responsáveis pelas condições de segurança dos equipamentos de guindar e acessórios de bordo, devendo promover vistoria periódica. Em resposta, a agência informou que a última inspeção dessa natureza foi realizada em 06/10/2017.
Na reunião de alinhamento, ficou acordada, como medida de segurança, que a operadora G5 se compromete a instruir e coordenar, até o término da operação, os trabalhadores portuários avulsos (TPAs) a descer da plataforma durante a movimentação da ponte rolante.
Assista ao vídeo:
Tá faturando alto às custas dos arrumadores propagando matérias falsas, hein?!!! Blogueirinho irresponsável.
Por que te incomodas tanto com as matérias? Fotos, vídeo, documento. Como desmentir tantos elementos que comprovam a veracidade da denúncia?