Empresa responsável pela embarcação começa a dispensar portuários avulsos contratados para executar operação de carga
Já chega a U$ 1,5 milhão (hum milhão e meio de dólares) o prejuízo acumulado em decorrência da suspensão do carregamento do navio Star Fuji, de bandeira norueguesa, por causa de uma paralisação de operadores portuários avulsos contratados para executar o serviço. O cargueiro está atracado desde o último sábado (12), no Porto do Itaqui, para receber 35,5 mil toneladas de celulose provenientes da fábrica maranhense da Suzano Papel e Celulose. Em retaliação à paralisação deflagrada por orientação do Sindicato dos Arrumadores de São Luís, a empresa G5 Soluções Logística e Transporte LTDA. começou a dispensar dezenas de trabalhadores.
Cópias de informativos de corte encaminhados ao sindicato pelo Órgão de Gestão de Mão de Obra Portuária (OGMO) obtidas com exclusividade pelo blog revelam que já foram dispensados 41 operadores portuários avulsos que haviam sido recrutados para descarregar o navio norueguês. A justificativa apresentada pela empresa para o corte da folha de pagamento é que os trabalhadores se recusaram a executar os serviços para os quais foram escalados.
O desligamento dos operadores portuários avulsos agrava o impasse, que, ao que tudo indica, será resolvido na Justiça. O presidente do Sindicato dos Arrumadores, Carlos Magno Maia Castro, o Lixa, informa que vem sendo pressionado pela G5, que obteve decisões liminares para obrigar a entidade a encerrar a paralisação. Em um áudio enviado ao blog, via Whatsapp, um portuário reunião conta que um dirigente da empresa ameaçou, durante uma reunião para tratar do assunto, “acabar com o Lixa”.
Quebra de acordo
O Sindicato dos Arrumadores de São Luís acusa a G5 de quebrar um acordo que veda a vinculação dos trabalhadores à empresa, para deixá-los livres para negociar sua mão de obra. Por isso, orientou os seus associados que interrompessem o carregamento do navio ainda no último sábado, quando haviam sido embarcados apenas três lingadas de celulose. Desde então, o Star Fuji, que deveria ter desatracado dia 14, permanece parado no Berço 100 do Porto do Itaqui, sem previsão para deixar o cais.
Enquanto o imbróglio não é resolvido, uma frota de caçambas carregada com dezenas de milhares de toneladas de celulose permanece enfileirada na área portuária, relegada ao ócio, quando deveria estar gerando produtividade e lucro.
O blog entrou em contato com a G5, por telefone e via e-mail, para tentar obter o posicionamento oficial da empresa sobre a questão, mas até o momento não obteve resposta.