Não satisfeito após ter sido ignorado solenemente por Luiz Inácio Lula da Silva no discurso que o ex-presidente fez antes de atender à ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sérgio Moro, o governador Flávio Dino (PCdoB) pagou o maior mico em Curitiba, em sua tentativa fracassada de se promover às custas do drama do petista. O comunista não só foi barrado na Superintendência da PF do Paraná, onde Lula está detido, como foi repreendido publicamente pela juíza federal da Vara de Execuções Penais, Carolina Moura Lebbos, que disse que o prédio da PF não era lugar para ele fazer campanha política.
Mesmo após o vexame nacional, Flávio Dino e os outros nove governadores que integraram a comitiva barrada ao tentar visitar Lula elaboraram uma carta na qual manifestam solidariedade ao ex-presidente e repudiaram o veto ao seu acesso ao cárcere onde o petista cumpre, desde o último dia 8, a pena de 12 anos e um mês no caso triplex.
Não conformado com o manifesto escrito que assinou, o comunista gravou um vídeo no qual, mais uma vez, apontou erro jurídico na prisão de Lula. E mais uma vez atacou o Judiciário, assumindo a posição de magistrado que já não mais ocupa, com claro propósito eleitoreiro.
Flávio Dino quer, a todo custo, colar sua imagem à de Lula, pois acredita que a popularidade do ex-presidente entre o eleitorado maranhense pode se reverter nos votos que ele precisa para se reeleger.
Enquanto se mantém ausente a pretexto de se solidarizar a Lula, o governador deixa de cumprir as verdadeiras obrigações que o cargo de governador lhe impõe e que, neste momento, apresentam-se como prioridades máximas.
Uma omissão imperdoável e que já custou algumas vidas, perdidas em meio ao descaso com a saúde pública estadual e seus hospitais sem medicamentos e as enchentes, que já causaram, pelo menos, duas mortes e número expressivo de desabrigados.