Em carta aberta divulgada na manhã desta quarta-feira (4), o vereador de São Luís Antônio Marcos Silva, o Marquinhos (DEM), acusa o deputado federal e presidente do Democratas do Maranhão, Juscelino Filho, de discriminá-lo, vetando sua pretensa candidatura ao Senado Federal pela agremiação à qual é filiado. Mencionando sua origem humilde, Marquinhos diz sentir-se aprisionado e humilhado por Juscelino, que parece desesperado com o seu projeto político, a ponto de negar-lhe o direito à candidatura a senador e impedir que ele deixe o DEM para filiar-se a outro partido.
Marquinhos diz que a postura do presidente contraria os próprios princípios do DEM, pelo menos no seu caso, uma vez que a sigla estimula e garante aos seus filiados ampla participação nos processos decisórios das instâncias partidárias.
Ao finalizar seu desabafo, o vereador pede a Juscelino que reconsidere sua decisão de vetar sua vetá-lo na disputa por uma vaga de senador ou o libere para concorrer ao cargo por outra legenda. Segue a carta, na íntegra:
Carta Aberta do Vereador Marquinhos
Não consigo entender o aprisionamento, o carcere, algo que só sente quem foi condenado injustamente. A poucos dias do fim da janela partidária, eu vejo que o pequeno até poucos meses, visto como insignificante, cause desespero aos ‘Golias da politica’.
Como todos vocês já devem saber, sou de origem pobre, venho de um lugar onde a história do meu povo, serve como moeda de trocas e retorica hipócrita, sim, hipócrita… hipócritas que falam de saúde sem usar o SUS, que falam de educação de qualidade sem terem estudado em uma escola publica, que falam de segurança publica, sem terem feito um B.O por terem sido assaltados em um coletivo ou no caminho de volta pra casa. Sempre assim, demagogos e usurpadores da inocência popular e a vitima desse desrespeito, é você meu nobre amigo.
Não quero muito, estou apenas querendo poder sonhar, sonhar um sonho de muitos que estão cansados de serem vitimas dos que querem o poder pelo poder e ambição acima de tudo. Uma ambição desmedida, cruel, e que resulta nos escândalos que presenciamos todos os dias nos principais meios de comunicação do nosso país. E por que não eu? O Marquinhos, filho da Maria, mulher simples, honesta e trabalhadora, mulher essa que se multiplica aos milhões de Joanas, Aparecidas, Franciscas etc… Sei o que o mais pobre passa, porque sou oriundo dessa gente, estou há cinco anos e seis meses no meu mandato e moro na mesmo bairro, na mesma casa e vivendo junto com o meu povo, as mesmas mazelas. E o mais importante de tudo: sou ficha limpa.
Quero caminhar para o ‘juri popular das urnas’ como candidato ao Senado pelo meu partido, o DEMOCRATAS. Seria uma imensa honra e o cumprimento de um objetivo partidário, como o senhor mesmo, deputado Juscelino, confirmou quando convidou o deputado federal JOSÉ REINALDO TAVARES, a se filiar em nossa agremiação. O convite, segundo noticiado pela imprensa, se deu para que ele concorresse ao SENADO. E então eu questiono: porque tamanha discriminação e perseguição comigo, que sou filiado? Porque não permitir que eu apresente o meu nome enquanto filiado – respeitando a disposição do art. 11 do nosso estatuto – ao invés de convidar um “de fora” para tal missão?
Senhor presidente, a sua negativa em permitir a discussão da minha candidatura ao SENADO, somada ao alijamento que sofri nas discussões partidárias locais, demonstram uma grave discriminação pessoal e o desvio do partido – pelo menos em relação a minha situação – ao seu próprio programa partidário, que estimula e garante aos seus filiados, ampla participação nos processos decisórios das instâncias partidárias. E mais, essa negativa faz de mim um desiludido com a ideia de que somos todos iguais.
Você é condenado só em pensar, e quem da o veredito não é o povo e sim, quem tem em suas mãos, interesses pessoais e quando passam a falsa ideia de que estão agindo de forma coletiva, usam uma coletividade que se ressume a um pequeno grupo, com um único objetivo: se perpetuar… Sei que serei mal interpretado, julgado e talvez escorraçado, porém, tenho plena certeza que os reais mandatários do meu cargo, saberão o que passa os seus representantes, construir a minha caminhada politica, com altivez e coragem. Coragem, por ter a certeza que devo o meu mandato a Deus, em primeiro lugar, e ao povo, que depositoiu quase 7.500 votos de confiança, revalidando o meu mandato.
Para finalizar, peço desculpas pelo desabafo e acredito que a resposta será dada por você, e nas urnas. Assim, senhor Presidente, peço humildemente que reconsidere sua decisão e que publicamente me assegure – até o dia 06 de abril do corrente – o direito à postulação ao SENADO por nossa agremiação ou – no mesmo prazo – reconheça a justa causa, diante da grave discriminação que sofro no seio partidário, entregando minha Carta de Alforria.
Atenciosamente,
Antônio Marcos Silva (Marquinhos)
Vereador de São Luís
Bem feito para ele, que ganhou muito dinheiro pra ajudar a eleger ele deputado