Ecoa estrondosamente nos meios políticos, na imprensa e na blogosfera o anunciado rompimento do deputado federal José Reinaldo Tavares com o governador Flávio Dino (PCdoB). Inconformado por ter sido preterido pelo comunista para compor a chapa governista ao Senado, Zé Reinaldo não só abandonou o barco palaciano, como já sinaliza novos rumos, sendo o mais cogitado uma eventual composição com o deputado estadual Eduardo Braide (PMN), postulante à sucessão estadual.
A concretizar-se o desenlace político entre Zé Reinaldo e Flávio Dino, o cenário eleitoral terá, mais uma vez, o ex-governador, ex-ministro e novamente deputado federal como protagonista.
Obviamente, Zé Reinaldo não tem hoje o poder de dar as cartas que tinha em 2006, quando colocou o governo que chefiava, à época, a serviço da candidatura vitoriosa do falecido Jackson Lago (PDT) à sua sucessão e ao projeto de tornar o então estreante Flávio Dino a mais nova liderança política do Maranhão, elegendo-o à Câmara Federal, passo inicial para alçá-lo ao Palácio dos Leões, apenas oito anos depois.
Mesmo sem a mesma influência do passado, o ex-governador sabe que seu legado não foi de todo esquecido por boa parte da classe política, sobretudo por dezenas de prefeitos e ex-prefeitos, que se mantêm firmes como aliados seus, demonstrando uma gratidão cada vez mais rara de se ver na política, da qual, para muitos, o próprio Zé Reinaldo não é merecedor.
É desse cacife que ele pretende se valer para manter-se na corrida senatorial, agora sob nova perspectiva, sem descartar usá-lo para minar o projeto de poder comunista.
Habituado a se voltar contra aliados, Zé Reinaldo tem tudo para se tornar, de novo, o infiel da balança em uma sucessão estadual, dando ares imprevisíveis ao cenário, definitivamente.