O vazamento que resultou no colapso no Sistema Italuís levou a um conflito interno na estrutura administrativa do Estado do Maranhão. Órgãos como o Procon, cuja direção atual mantém relação de visível submissão com o governador Flávio Dino, se viram obrigados a intervir no rumoroso caso. Apesar das tentativas do chefe do Executivo de eximir sua gestão de culpa, o governo passou a ser alvo de uma espécie de fogo amigo, protagonizando uma saia justa jamais vista desde a ascensão dos comunistas ao poder.
Outro exemplo de confronto Estado x Estado é a atuação da Defensoria Pública Estadual (DPE) na questão. Apesar de ter seu chefe nomeado pelo governador, a instituição se viu obrigada a cumprir sua missão constitucional de se posicionar em favor dos cidadãos. Como o prejuízo à coletividade se deu por causa do desabastecimento de água, foi inevitável um confronto do órgão com a Caema, empresa de economia mista que tem o Estado como acionista majoritário.
Sempre diligente na defesa do consumidor, o midiático presidente do Procon, Duarte Jr., colocou-se mais uma vez a serviço da população, a fim de evitar que a mesma seja lesada. Mas, desta vez, a demanda tem um diferencial, pois do lado oposto está a Caema, ou seja, o Governo do Estado, ao qual o chefe da autarquia serve com lealdade canina.
Desgaste interno à parte, o presidente do Procon notificou a companhia e as quatro empresas integrantes do consórcio que realiza a troca da adutora para que apresentem explicações sobre a situação em um prazo de 48 horas. Ganhou, de quebra, mais uma chance de posar como benfeitor para os holofotes, o que fortalece suas já conhecidas pretensões políticas já para 2018.
Quanto à DPE, a relação é de total harmonia com o governo Flávio Dino. Ou pelo menos era, até o desabastecimento generalizado causado pelo rompimento da nova adutora. Diante do drama que atinge cerca de 700 mil habitantes de São Luís afetados pelo colapso no Italuís, a Defensoria Pública, com base na prerrogativa que a lei lhe confere, cobrou, via ofício, explicações minuciosas da Caema, em um prazo de 24 horas, sobre as causas da interrupção, e informe o número de unidades atingidas e a data prevista para o restabelecimento total do fornecimento de água.
Desconto
A DPE pleiteia, ainda, em favor da população, abatimento nas contas de água na proporção de 1/30 por cada dia sem água nas torneiras a cada imóvel afetado, com registro nas faturas, de maneira expressa, do total de descontos concedido, independente da adoção de outras medidas, que serão avaliadas pela defensoria após os esclarecimentos requisitados.
Como se não bastasse a abordagem crítica da imprensa e da blogosfera não alinhadas ao projeto político palaciano, o governo se vê obrigado a prestar contas da mal sucedida conclusão da substituição da adutora do Sistema Italuís a órgãos vinculados à sua própria estrutura.
Algo inimaginável até dois dias atrás, se levada em conta a tirania que marca a relação entre a alta cúpula comunista e todos os que estão subordinados ao poder que emana do Palácio dos Leões.
Tudo um jogo de cena combinado com o desconsertado governador Flávio Dino. E as promotorias do consumidor e da Probidade Administrativa até agora seguem sem fazer nada!?
Tudo um jogo de cena, combinado com o desconsertado governador Flávio Dino. E as promotorias do Consumidor e da Probidade Administrativa até agora seguem sem fazer nada!?
A propósito, essa obra não é feita com recursos federais, portanto de competência do TCU, CGU e MPF? Então vamos representar também a todos esses órgãos.