O município de Bom Lugar, na microrregião do Médio Mearim, próximo a Bacabal, tem sido esquecido pelo Governo do Estado, que ao negar apoio à prefeitura local, penaliza gravemente o povo. Segundo observadores atentos da cena política, a discriminação tem nome e sobrenome: Rubens Pereira Júnior, deputado federal comunista que estaria operando junto ao governador Flávio Dino (PCdoB) para barrar a liberação de recursos para execução de obras e outras ações em Bom Lugar, mesmo tendo sido muito bem votado na cidade.
Um dos redutos de Rubens Júnior, Bom Lugar deu expressiva votação ao político em suas duas eleições de deputado estadual e na de deputado federal, mandato que exerce atualmente. No entanto, o parlamentar parece ignorar a boa resposta do eleitorado local às suas três candidaturas e se empenha dia e noite para impedir que o governo faça benfeitorias no município nas áreas de saúde, educação, infraestrutura e outros setores, com graves prejuízos à população.
Aliado a correntes políticas que fazem oposição à atual administração municipal de Bom Lugar, Rubens Júnior faz do revanchismo político uma arma contra os adversários e, de forma insensível, transforma os cerca de 18 mil habitantes de Bom Lugar em vítimas da mais cruel perseguição.
A prefeita de Bom Lugar, Luciene Costa (PV), diz que o único benefício do governo Flávio Dino a Bom Lugar, até o momento, foi o envio de uma Carreta da Mulher, nesta semana, para realização de atendimento à saúde, enfrentamento à violência doméstica e outras ações em favor do sexo feminino, ainda assim, de forma restrita. “A carreta deveria ter ficado dois dias na cidade, mas no primeiro dia foi logo embora”, lamenta Luciene.
Ambulância
Ainda de acordo com a prefeita, o governo jamais entregou a ambulância destinada pelo Governo Federal a Bom Lugar, como fez com outros municípios. O veículo foi enviado ao governo desde fevereiro deste ano, mas, até hoje, não foi liberado, apesar da extrema necessidade enfrentada pelos pacientes locais. “Muitas vezes, usei o carro da minha própria família para transportar doentes. Jamais permitirei que uma pessoa morra por falta de transporte ao hospital”, afirmou, acrescentando que a única ambulância que serve à rede municipal de saúde de Bom Lugar está sucateada.
Luciene Costa revelou que quase todas as semanas a prefeitura tem gastos com manutenção do veículo, dinheiro que, caso fosse economizado ao longo de um ano, daria para comprar uma ambulância nova, semelhante à que o governo está negando à cidade.
Escolas Dignas
A educação de Bom Lugar também sofre com a falta de apoio do Palácio dos Leões. O município foi contemplado por Flávio Dino com duas Escolas Dignas, mas nenhuma das duas saiu do papel, até agora. A prefeita conta que ao consultar o governo sobre o início das obras, recebe sempre a informação de que ambas estão sendo licitadas, sem que seja dada qualquer definição sobre a data em que as unidades de ensino começarão a ser construídas.
Luciene Costa acrescenta que a única escola estadual de Bom Lugar está estado precário e oferece risco a estudantes e professores. Ela diz que chegou a avaliar a possibilidade de fechar a escola, para evitar uma tragédia, mas, por falta de opção, acabou custeando a reforma do prédio para permitir o início das aulas.
Pesquisa
Pesquisa de intenções de votos realizada em Bom Lugar apontou desaprovação de 87% ao governo Flávio Dino. Se não é o mais alto índice de rejeição ao comunista, está perto disso. O resultado nada mais é do que consequência da falta de auxílio ao município, pela ação de Rubens Júnior e aliados do deputado que vem travando obras, serviços e outras ações por clara e injustificável motivação política.
Bom Lugar tem como fontes de receitas apenas o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o repasse da parcela do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), feito pelo governo estadual. Não bastasse a escassez de recursos, o município ainda amargou o corte da verba do Fundo de Valorização e Manutenção da Educação Básica (Fundeb), medida adotada pelo Governo Federal.
Diante de um quadro tão dramático, chama atenção a falta de sensibilidade e a ingratidão de Rubens Júnior com um povo que aderiu aos seus projetos políticos na esperança de que teriam uma voz em defesa dos seus interesses e necessidades.