Um feriado prolongando, como o que começa hoje e se estenderá até o próximo domingo, é sempre aguardado com expectativa e comemorado com pleno entusiasmo. Para muitos, é o tempo de extravasar, em busca de satisfação e de momentos inesquecíveis. Mas o que inspira a alegria também pode resultar em fim trágico, na forma de acidentes, agressões físicas e até homicídios. Por isso, todo cuidado é pouco, para que a euforia não se transforme em dor, pânico e arrependimento.
As estatísticas mostram que nos dias dedicados ao lazer as ocorrências policiais e de trânsito aumentam. Os casos de afogamento também se multiplicam. Com tantos sinistros, o movimento de pacientes nos hospitais de urgência e emergência se intensifica, o que exige dos profissionais de saúde plantonistas esforço extra para salvar vidas. Se o tempo livre é estendido, ampliam-se ainda mais as chances de algo ruim acontecer. Daí a necessidade de atitudes responsáveis, a fim de evitar o pior.
Um dos atos mais tresloucados cometidos em feriados e fins de semana é a combinação entre álcool e direção. Tamanha insensatez já resultou em inúmeras mortes, apesar das campanhas de conscientização e das blitze educativas e repressivas. Nem mesmo o aumento do valor das multas, hoje muito mais pesadas para o bolso dos infratores, tem sido capaz de coibir totalmente o hábito de beber e dirigir. O noticiário é farto de casos em que o condutor que assumiu o risco de pegar o volante após tomar uns goles além da conta pôs fim à própria vida e à de terceiros.
A praia também é um ambiente onde a cautela deve ser redobrada, para que apenas a diversão prevaleça. Se as ondas encantam e a brisa do mar renova o ânimo, a imprudência dos que ignoram que em meio a tanta beleza pode haver perigo pode ser fatal. Exemplos de desgraça na orla não faltam e vão desde o desaparecimento de crianças a afogamentos e atropelamentos em plena areia. Furtos, assaltos e até homicídios também podem estragar o que era para ser apenas divertimento.
As festas com grande concentração popular, em ambientes abertos ou fechados, animadas por bandas ou por som mecânico, podem terminar em choro caso não se tenha a real noção de limites. Enquanto a maioria busca a convivência pacífica e se preocupa apenas em curtir momentos agradáveis, há quem esteja sempre mal intencionado, disposto a transformar o prazer em experiência trágica. Tais indivíduos costumam frequentar os eventos armados e, ao menor sinal de conflito, tornam pistas de danças e outros espaços verdadeiros campos de guerra, levando ao desespero quem antes apenas se divertia.
Não se trata de pregar o caos e o medo, mas sim de estimular nas pessoas, sobretudo nas que buscam diversão a qualquer custo, um comportamento responsável, que as proteja de qualquer perigo. Ninguém está livre de fatalidades, mas é preciso cuidar da vida como bem mais precioso, para preservá-la e permitir-se aproveitar o próximo feriado e todos os outros dias do calendário.
Editorial publicado nesta quinta-feira em O Estado do Maranhão