O deputado estadual Sousa Neto (Pros) representou na Procuradoria Geral de Justiça contra o governador Flávio Dino (PCdoB), o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula, e Alana Valéria Lopes Coelho Almeida, assessora especial da SES, apontada como servidora fantasma, por peculato. Allana, que é advogada, mantém relação próxima com Carlos Lula, já ocupou vários cargos na gestão comunista e atualmente recebe mais de R$9 mil do governo sem trabalhar, enquanto se dedica a tocar um restaurante de sua propriedade.
Em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa, na manhã desta terça-feira, Sousa Neto alertou para o ato de improbidade que está sendo cometido pelos três representados, configurado pelo pagamento de alto salário a uma servidora sem que essa esteja comparecendo ao local de trabalho, mesmo com a declaração feita pelo próprio governador de que o Estado enfrenta grave crise financeira.
O parlamentar fez um retrospecto dos fatos e circunstâncias que levaram à ilegalidade. Sousa Neto conta que desde antes do início do atual governo, Allana trabalhava em um escritório advocatício que tinha também Carlos Lula em seu quadro de profissionais. “Os dois mantêm um vínculo de amizade e de trabalho muito forte”, assinalou Sousa Neto.
O deputado recorda que em 13 de janeiro de 2015, quando transcorria, ainda, a segunda semana do governo comunista, Carlos Lula foi nomeado secretário-adjunto da Casa Civil. No mesmo dia, Allana foi nomeada para a mesma pasta. “Depois, continuando a coincidência, no dia 2 de setembro, o governador exonera Carlos Lula e Allana Valéria. Nessa mesma data, Flávio Dino nomeou Carlos Lula subsecretário estadual de Saúde e Allana para o cargo de assessora especial, simbologia isolada, cuja remuneração é maior “, relatou o deputado.
Plenos poderes
Conforme revela o Diário Oficial de 1º de fevereiro de 2016, Carlos Lula, ainda na condição de subsecretário da SES, delegou plenos poderes a Allana. “Ou seja, ela foi autorizada a responder por todos os atos da Subscretaria da Saúde”, afirmou Sousa Neto.
Antes disso, em 13 de janeiro de 2016, Allana Valéria já havia sido nomeada vice-presidente do Conselho de Administração da Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH). Após tomar posse como secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula a nomeou presidente da EMSERH. “De tanto trabalhar, ela recebeu, de abril a novembro de 2016, R$ 9.709,50 só em diárias”, ironizou o parlamentar.
Briga
Sousa Neto menciona um problema interno entre Carlos Lula e Allana, noticiado por blogs, sobre o qual preferiu não entrar em detalhes, por não ser de sua competência, mas que resultou no afastamento da servidora, de ofício (sem que ela tivesse solicitado), para tratamento de saúde. O ato foi assinado pela subsecretária Karla Suely da Conceição Trindade.
Em 11 de janeiro deste ano, Allana foi exonerada do Conselho de Administração da EMSERH. “Depois desse dia, ela nunca mais pisou na SES, mas continua recebendo o salário de R$ 9.627,73”, denuncia o deputado, exibindo cópia do contracheque da servidora fantasma.
Restaurante
O parlamentar revelou, ainda, outra denúncia que recebeu em seu gabinete, de que a Allana Valéria Lopes Coelho Almeida é dona de um restaurante. “Além de receber do erário público sem comparecer à secretaria, ela tem uma empresa”, revela Sousa Neto, informando que isso o motivou a fazer uma representação no Ministério Público contra Flávio Dino, Carlos Lula e Allana Coelho Almeida para exigir a restituição de todo o valor recebido indevidamente pela representada, que chega atualmente à cifra R$ 77.021,84. Assista abaixo ao pronunciamento de Sousa Neto:
O deputado revelou que a fonte das denúncias são servidores da própria SES, que estão trabalhando muito em troca de um mísero salário e se dizem indignados por saber que uma servidora fantasma ganha muito mais do que eles. “Isso é uma imoralidade para nós, maranhenses, para o povo sofrido do Maranhão, e principalmente para o governador, que diz que não tem um centavo nos cofres públicos”, classificou, lamentando o caos na rede estadual de saúde, enquanto o governo concede tamanho privilégio a uma funcionária que não trabalha e paga um super salário ao secretário Carlos Lula.
Seguem documentos que atestam a denúncia feita por Sousa Neto:
Choquei!