O governador Flávio Dino (PCdoB) investe pesado para conquistar o apoio dos evangélicos ao seu projeto de reeleição. A moeda de troca da vez são os 20 cargos de capelão criados pelo comunista nas estruturas da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão.
O alvo principal de Flávio Dino é a Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do estado, com cerca de 400 mil fiéis, contingente suficiente para decidir qualquer eleição majoritária em nível local. Já em 2015, primeiro ano do seu governo, o comunista fez um afago nos assembleianos ao nomear capelão o pastor Jessé Coutinho, filho do presidente da igreja no Maranhão, pastor José Guimarães Coutinho, com a patente de 1º subtenente da Polícia Militar.
Com a recente criação de mais duas dezenas de cargos, o governador volta a mirar a Assembleia de Deus, por saber que sua popularidade anda em baixa entre os fiéis dessa igreja. Eles reclamam que Flávio Dino afastou-se da igreja depois que foi eleito e priorizou em sua gestão temas rejeitados por eles, como a defesa da bandeira LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), em detrimento de questões defendidas pela comunidade evangélica.
Faltando pouco mais de um ano para a eleição em que vai tentar renovar o mandato, Flávio Dino joga pesado, na intenção de seduzir o eleitorado a reconduzi-lo ao Palácio dos Leões. Os acenos do comunistas à Assembleia de Deus são bem recebidos apenas por uma parte dos assembleianos. A igreja está visivelmente dividida sobre a orientação política a ser repassada aos fiéis, o que tem obrigado o grupo de palaciano a se movimentar para não perder essa fatia importante do eleitorado.
Até porque alguns líderes evangélicos, inclusive da própria Assembleia de Deus, já se mostram abertos a outras possibilidades eleitorais.