Aurora: Flávio Dino veta nome de praça por homenagear resistência popular à Funac no bairro

A ideia dos moradores da Aurora de batizar de “Praça da Resistência” um dos logradouros recém reformados no bairro, graças à mobilização da comunidade contra a instalação de uma unidade da Funac próxima às suas casas, foi muito mal recebida pelo governador Flávio Dino (PCdoB). Insatisfeito com o nome, o comunista não mandou sequer confeccionar a placa de inauguração do espaço, marcada para a tarde deste sábado.

Em solenidade agendada para as 16h de hoje, serão entregues à população da Aurora a praça e uma quadra esportiva, ambas totalmente revitalizadas. As obras foram executadas por força de um acordo judicial firmado em 25 de janeiro deste ano, que prevê, ainda, a instalação de um posto policial no bairro e a desativação, até 30 de dezembro, da unidade da Funac rejeitada pela comunidade, sob a legação de que representa alto risco à segurança pública.
Nomes
Os nomes dos dois logradouros revitalizados foram definidos pelos próprios populares, em assembleia geral realizada pela Associação de Moradores da Aurora. Para batizar a quadra, foi escolhido o nome da falecida moradora Assunção de Maria Gomes da Silva, participante ativa da luta contra a instalação da unidade de ressocialização no bairro. Por motivos óbvios, o governo estadual ainda tentou contestar a homenagem, mas, mesmo a contragosto, acabou concordando com a escolha.
Já em relação ao nome “Praça da Resistência”, o veto foi imediato, já que a expressão remete à mobilização popular que tanto desgaste impôs aos comunistas, tendo em vista os fatos que vieram à tona durante o conflito com a comunidade. O de maior repercussão foi a revelação feita por este blog, repercutida pela imprensa local e nacional, de que o prédio alugado pelo Estado para abrigar a unidade da Funac tem como proprietário um filiado ao PCdoB, partido de Flávio Dino, que, conforme descoberto posteriormente, ocupava alto cargo comissionado na Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), portanto, um membro do próprio governo.

Na placa de inauguração, o Palácio dos Leões dá nome apenas à quadra. A praça não mereceu qualquer identificação, embora o povo tivesse feito e apresentado oficialmente sua sugestão ao secretário de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (pasta à qual é vinculada a Funac), Francisco Gonçalves. Já o convite para a inauguração, postado em redes sociais e enviado à imprensa, faz referência apenas à “entrega das obras de revitalização da quadra poliesportiva e reforma da praça da comunidade da Aurora” e a seguir informa horário e local do ato.
A não ser que os próprios moradores encomendem e paguem pela confecção da placa para batizar a praça com o nome que escolheram, o espaço permanecerá sem identificação, como se os comunistas quisessem apagar da memória popular um episódio que tanto os desmoralizou e que revelou quão controversas são as entranhas do atual governo.
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