No momento que a Venezuela vive uma escalada de violência política, que já deixou mais de 100 mortos desde abril, segundo o Ministério Público local, o PCdoB do governador maranhense, Flávio Dino (PCdoB), reafirmou apoio total da sigla à ditadura comandada no país pelo presidente Nicolas Maduro. PT e PDT, outros partidos da esquerda brasileira, também se solidarizaram ao regime venezuelano.
No último dia 16, o PC do B subscreveu, em Manágua, capital de Nicarágua, a resolução final do 23.º Encontro do Foro de São Paulo, organização que reúne diversos partidos de esquerda da América Latina e do Caribe. O texto defende a elaboração de uma nova Constituição que amplia os poderes de Maduro, exalta o “triunfo das forças revolucionárias na Venezuela” e diz que a “revolução bolivariana é alvo de ataque do imperialismo e de seus lacaios”. O posionamento dos comunistas foi seguido por petistas e pedetistas.
“Nosso apoio ao Maduro é total. O Foro foi bem unificado em relação à Venezuela. Não houve omissão, porque a virulência da oposição está grande e conta com muito apoio externo”, afirmou Ana Prestes, da Fundação Maurício Grabois e uma das representantes do PC do B.
Omissão
Os representantes brasileiros no Foro não fizeram menção ao ataque ao parlamento neste mês promovido por militantes chavistas ou às denúncias de violência por parte do aparato militar oficial do Estado.
O acirramento da violência tem como marco o mês de abril, com a morte de dois estudantes. No dia 6, Jairo Ortiz, de 19 anos, levou um tiro no tórax durante um protesto. Dias depois, Daniel Queliz, 20 anos, foi morto com um tiro no pescoço. Para a oposição, Maduro quer mudar a Constituição para ampliar seus poderes.
Líder comunista de maior expressão nacional na atualidade, apontado, inclusive, como possível presidenciável, Flávio Dino ainda não se manifestou sobre a barbárie na Venezuela, pelo menos publicamente.