A situação do município de Pinheiro não é, nem de longe, uma das melhores. Há problemas na saúde, na educação, na infraestrutura, segurança e, ainda, escândalos quanto a malversação do dinheiro público. Como se tais favores por si só não bastassem para justificar um posicionamento atuante por parte dos vereadores, o que a população enfrenta é uma Câmara Municipal, em sua maioria, submissa. Hoje, o prefeito Luciano Genésio (Avante) detém sob suas asas 11 dos 15 vereadores.
Prova disso foi o requerimento em que o vereador Guto (PV) solicitava a presença do Secretário de Saúde para prestar esclarecimentos, ante a denúncia feita pelo vereador Beto de Ribão mês passado, em que a Prefeitura Municipal de Pinheiro firmou contrato de mais de R$ 33.000.000,00 (trinta e três milhões de reais) com uma empresa de Teresina para prestar serviços na área da saúde, e no local onde a tal empresa está registrada, nunca funcionou algo do tipo; funciona sim uma auto-elétrica, há mais de 20 anos. O vereador deu entrada no documento no dia 20 de junho. No dia 21, a solicitação constava na Ordem do Dia. No entanto, foi retirada de pauta sem qualquer justificativa plausível. O requerimento só voltou a ser apreciado no dia 11 de julho, véspera do recesso legislativo, numa estratégia clara da mesa diretora “abafar o caso” que poderia implicar em complicações para o prefeito Luciano.
Reprovaram o requerimento os vereadores João Moraes (PSB); Edinildo (PC do B); Sandro Lima (PC do B); Riba do Bom Viver (PDT); Albininho (PC do B); Rubemar (PMDB); Capadinho (PMDB); Paulinho Enfermeiro (PMN) e Alessandro Montenegro (PP). Votaram a favor do requerimento os vereadores Guto, Valter (PV), Oziel (PSD), Beto (PSD) e Lucas (PSDB). Este último, considerado o “fiel escudeiro” do prefeito, figura querendo alçar vôos mais altos, o que gera insatisfação por parte do chefe do executivo, pois Lucas se lançou pré-candidato a deputado federal, cargo que também será pleiteado pelo irmão do prefeito.
O vereador Guto, em entrevista a emissoras de TVs locais, afirma não entender o posicionamento de seus colegas, pois, segundo ele, “quem não deve, não teme”. “Se não há nada de irregular, nada de ilícito no contrato denunciado, por que o secretário não poderia dar os esclarecimentos necessários aos vereadores? O que parece é que os vereadores agiram para blindar o secretário e consequentemente o prefeito”, disparou o vereador.
Um simples requerimento que poderia trazer esclarecimentos e transparência aos pinheirenses, no tocante à saúde pública do município, foi negado. Isso tudo porque, em Pinheiro, é assim: o prefeito manda e os vereadores obedecem!