Em vez de nomear membros eleitos, Flávio Dino cria lei que tira autonomia do Conselho da Juventude

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Audiência pública discutiu polêmica gerada pela não nomeação de membros eleitos do Cejovem e tentativa do governo de mudar lei

Eleito em maio de 2015, o Conselho Estadual de Juventude (Cejovem), responsável por propor e fiscalizar a execução de políticas de apoio, incentivo e desenvolvimentos dos jovens de 15 a 29 anos, ainda não teve seus membros nomeados. Cabe ao governador Flávio Dino (PCdoB) fazê-lo, mas, passados dois anos, o comunista se recusa a dar posse aos novos integrantes porque nenhum deles mantém ligação político-partidária com o Palácio dos Leões.

O conflito gerado pela resistência de Flávio Dino em dar posse ao Cejovem tem como pivô a União da Juventude Socialista (UJS), braço do movimento político jovem atrelado ao comunismo e a outras correntes de esquerda. Sem força para eleger representante no conselho, a organização ingressou com ação na Justiça para tentar anular o pleito, mas não obteve êxito.

Sem influência na composição do conselho, o governador não só reluta em efetivar os seus membros, como tenta, a todo custo, alterar as regras do jogo, primeiro, por meio da ação judicial movida pela UJS, depois, articulando uma mudança na legislação, via projeto de lei, enviado à Assembleia Legislativa sem ao menos consultar o Fórum Estadual de Juventude e os conselheiros eleitos, que são ligados a pastorais, ONGs e outras organizações da sociedade civil.

Sem autonomia

Os conselheiros eleitos alertam que a mensagem enviada pelo Executivo ao Legislativo prevê a perda de autonomia de fiscalização do Cejovem. Seria uma espécie de retaliação porque nenhum dos membros adota postura submissa ao poder palaciano. “Por isso, barramos”, justifica uma conselheira eleita, referindo-se a uma audiência pública na qual o projeto que prevê a reformulação do conselho foi rejeitado.

Para que seja votado pela Assembleia Legislativa, o projeto de reformulação do Cejovem precisa ser discutido e sua minuta deve ser aprovada em assembleia geral convocada para esse fim. Como a tentativa de diálogo fracassou, o processo foi encaminhado ao Ministério Público, que ficou de visitar as entidades que compõem o Cejovem, mas ainda não o fez.

Interferência

Outra acusação dá conta da interferência do secretário de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos, Márcio Jerry, no processo. Pré-candidato a deputado federal, Jerry, que também preside o PCdoB no Maranhão, estaria por trás de uma trama que visa submeter o Cejovem ao controle da sua pasta, atropelando, inclusive, a Secretaria de Estado da Juventude (SEEJUV).

Vinculado hoje às secretarias de Planejamento e Fazenda, o conselho seria incorporado ao organograma da Secap e seria rebaixado à condição de mero instrumento político, servindo, inclusive, como moeda de troca para o projeto eleitoreiro comunista.

Os conselheiros eleitos afirmam que a tentativa de engessar o Cejovem é inédita e lembra que os governos anteriores ao de Flávio Dino (José Reinaldo Tavares, Jackson Lago e Roseana Sarney) respeitaram a autonomia do conselho.

Outro lado

A Secretaria de Estado Extraordinária da Juventude (SEEJUV) esclarece que o Ministério Público Estadual recomendou a suspensão da posse dos novos conselheiros devido às ações judiciais de entidades da sociedade civil, que pediram o cancelamento do processo eleitoral.

A recomendação também implicou na alteração da lei do Conselho Estadual da Juventude (Cejovem), para que o mesmo se adeque à lei do Conselho Nacional da Juventude.

A SEEJUV esclarece ainda que o Conselho continuará vinculado à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP).

2 comentários para "Em vez de nomear membros eleitos, Flávio Dino cria lei que tira autonomia do Conselho da Juventude"


  1. Joanderson

    Meu caro jornalista, vi que em tua matéria tem algumas incoerências, sou de Pio XII e participei da assembléia do Fejma e o que vi foi um bando de gente arrogante que atropelaram.todo o processo de eleição priorizando apenas o grupo político do PDT e do PMDB, puta coisa que eles não falam é das fraudes que aconteceram, por exemplo a falsificação de atas de eleição de algumas entid assim.vomo a da USP daqui de Pio XII.

  2. Joanderson

    Correção do comentário anterior.

    Meu caro jornalista, vi que em tua matéria tem algumas incoerências, sou de Pio XII e participei da assembleia do Fejma e o que vi foi um bando de gente arrogante que atropelaram todo o processo de eleição priorizando apenas o grupo político do PDT e do PMDB, outra coisa que eles não falam para você nesta matéria foi das fraudes que aconteceram, por exemplo a falsificação de atas de eleição de algumas entidades assim como por exemplo da UEP daqui de Pio XII.
    Não estou defendo governo A ou B, só que o processo eleitoral não foi democrático, e não foi a UJS que entrou com ação no Ministério, foram varias outras entidades, inclusive a PJ não foi contemplada então falar que pastorais foram contempladas neste processo é uma grande mentira.
    No dia da assembleia do Fejma vi também que a coordenação do fórum não deu importância para que nós tivéssemos alojamento, quem se preocupou com isso foi uma galera da Seejuv. Esta conselheira que relatou a você não deveria nem mais participar do conselho pois bem de movimento juvenil ela foi parte, lamento que o conselho tenha virado apenas um espaço de poder pelo poder não para debater a implementação de políticas públicas para juventude.
    Recomendo que o jornalista faça uma busca junto ao ministério público para apurar os fatos e verificar as entidades que entraram com a ação para barrar aquela pouca vergonha que foi a eleição do conselho

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