Fuga de 32 presos após explosão de muro é recorde histórico em Pedrinhas

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Presos fugiram por buraco aberto no muro com ninamite

Nunca houve registro de uma fuga tão expressiva como a da noite deste domingo (21), na história do sistema penitenciário do Maranhão. Nada menos do que 32 presos escaparam por um buraco no muro da Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís 6 (UPSL 6), antigo Centro de Detenção Provisória (CDP), aberto com dinamite. Após intensa mobilização policial, seis detentos foram recapturados. Outros dois morreram no tiroteio entre policiais e o bando que fez o resgate espetacular.

Até ontem, reinava um clima de falsa tranquilidade em Pedrinhas. Com tempo e recursos de sobra para perpetrar o mal dentro e foram da cadeia, o crime organizado, dessa vez, agiu meticulosamente. O resultado foi um plano bem sucedido, que resultou em um número recorde de fugitivos, desmoralizando o governo, que pensava estar mantendo a situação no cárcere sob controle – ou pelo menos passava essa impressão – e insistia em contar vantagem ao comparar passado e presente.

As facções também provaram que têm estratégia, ao executar a fuga sem que o esquema de inteligência do Estado fossem capaz de interceptar os contatos feitos do ambiente interno para além dos muros de Pedrinhas e vice-versa.

Desde que assumiu o mandato, em 1° de janeiro de 2015, o governador Flávio Dino (PCdoB) vinha se vangloriando por ter finalmente pacificado e moralizado o sistema prisional maranhense. A ocorrência de ontem desmentiu categoricamente o comunista, repondo uma verdade que vinha sendo ocultada à base de muita mídia e até mesmo à custa de um suposto acordo firmado entre o Estado e as facções criminosas, que, da mesma forma como outrora, continuam controlando a rotina de vários presídios.

Pelo modo como foi planejada e executada, a fuga mostra que o sistema prisional ainda é vulnerável à astúcia e à audácia do crime organizado. Para piorar, os atuais governantes, de forma dissimulada, covarde e leviana, tentam fazer a população crer que o clima em Pedrinhas e nos demais presídios do Maranhão é de paz e segurança.

Desinformado, o cidadão comum torna-se, então, vítima de dois males: da violência e da farsa daqueles que deveriam protegê-los.

Segue nota da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap):

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informa que na noite deste domingo (21) houve uma fuga da Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís 6 (UPSL 6), antigo CDP. Seis detentos foram recapturados, 24 permanecem foragidos e dois internos morreram, após imediata resposta do Grupo Especial de Operações Penitenciárias (Geop), que controlou a situação no local.

A fuga se deu depois que parte do muro da unidade prisional foi explodido pelo lado de fora, por pessoas ainda não identificadas, e detentos de duas celas do Pavilhão Gama, que serraram as grades e conseguiram passar pelo buraco causado pela explosão.

Após troca de tiros entre bandidos e agentes penitenciários do Geop de plantão, dois internos vieram a óbito, um no local e outro no hospital. Policiais civis e militares também foram acionados, e seguem no encalço dos evadidos.

A gestão prisional ressalta que, por estar separada do Complexo Penitenciário de São Luís, a UPSL 6 é a única unidade prisional masculina que ainda não dispõe de Portaria Unificada e inspeção por BodyScan, a exemplo das demais que compõe o complexo carcerário.

O caso é investigado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO) da Superintendência de Estado de Investigações Criminais (Seic), que terá 30 dias para a conclusão do inquérito policial.

Nos últimos dois anos, o Governo do Estado investiu forte na segurança e na revitalização do complexo, e conseguiu zerar o número de homicídios intramuros, tirando o Maranhão do topo para último no ranking que mede a taxa de violência nos presídios do país.

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