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Ninguém entra nem sai de São Luís por via terrestre desde a madrugada passada, quando teve início a greve geral convocada por centrais sindicais em protesto contra ase reformas da previdência e trabalhista. Ônibus não circulam, escolas e órgãos públicos não funcionam e a BR-135 está bloqueada no KM-2, à altura da Vila Itamar, e na Barragem do Bacanga, situada no ramal da rodovia federal também conhecido como Avenida dos Portugueses.
Os manifestantes atearam fogo em pneus para interditar o tráfego e, portando faixas e cartazes com mensagens de protesto, fazem discursos inflamados contra os dois projetos de lei que instituem mudanças nas regras para aposentadoria, como o aumento da idade e do tempo de contribuição, e flexibilizam a relação entre patrões e empregados, o que, segundo os organizadores da greve, causará perdas para a classe trabalhadora.
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Somente ambulâncias, viaturas policiais e do Corpo de Bombeiros têm passagem liberada nos trechos interditados pelos grevistas. Até o momento, o protesto transcorre de forma pacífica, apesar da insatisfação das pessoas que tiveram o direito de ir e vir violado.
Sindicalistas também estão concentrados em frente às garagens das empresas de ônibus para evitar que os coletivos circulem antes das 16h, horário previsto para que o transporte público seja restabelecido. O comércio também está prejudicado, tanto pela ausência de funcionários, que faltaram ao trabalho por falta de meio de locomoção, quanto pela escassez de público para fazer compras.
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Em meio aos transtornos provocados pela paralisação, apenas os segmentos de transporte alternativo e clandestino têm motivo para comemorar, já que a procura pelos serviços aumentos expressivamente com a falta de ônibus nas ruas.