Em entrevista à Folha de S. Paulo, publicada nesta terça-feira, o vice-procurador-geral da República, Nicolao Dino, demonstrou total imparcialidade ante a investigação do suposto recebimento de propina da Odebrecht pelo seu irmão, Flávio Dino (PCdoB), em 2010, conforme denunciou, em depoimento, um delator da empreiteira.
Candidatíssimo ao cargo de procurador-geral da República, Nicolao fez questão de ressaltar as diferenças entre ele e o governador do Maranhão, apesar dos laços consanguíneos: “somos pessoas diferentes e com identidades diferentes”, assinalou, afirmando que os valores que defende o acompanham desde o início da carreira no Ministério Público Federal.
Sobre a suspeita de que o irmão recebeu R$ 400 mil da empreiteira com maior número de implicações na Operação Lava Jato para a sua campanha mal-sucedida ao governo do Maranhão, em 2010, Nicolao Dino foi enfático: “minha vida pública como procurador da República em nada interfere na vida dele como político e vice-versa. Não vejo como misturar essas duas estações”, declarou, deixando clara sua isenção em meio às acusações que pesam sobre Flávio.
Caixa dois
Ao comentar o uso do caixa dois, apontado como origem da propina entregue a Flávio Dino pela Odebrecht, ele manifestou-se contrário à prática, que considera um crime difícil de investigar e provar. O irmão do governador maranhense persistiu nas críticas, afirmando que o caixa dois favorece e muito o abuso de poder econômico e as práticas de corrupção eleitoral.
“E pode escamotear uma relação de troca de favores. É destinação a uma campanha, mas, na realidade, se trata de uma retribuição por favor já feito ou a ser feito.
Leia aqui a entrevista na íntegra.