O deputado estadual Sousa Neto (PROS) denunciou, na sessão plenária da última segunda-feira (24), a situação das cerca de 500 famílias do Residencial Nova Esperança, em Paço do Lumiar, ameaçadas de perderem suas casas, já que no local, o Governo do Estado quer construir uma sede da Funac.
“A situação dos moradores do Nova Esperança é triste. São trabalhadores que moram naquela comunidade há mais de 20 anos. Eles foram enganados pelo atual prefeito Dutra e pelo governador Flávio Dino, e estão na eminência de serem expulsos do local, onde, agora, querem construir uma Funac. Em fevereiro, estivemos lá, e estamos cobrando do governador Flávio Dino que dê a propriedade de terra a essas pessoas, assustadas com a possibilidade de serem retiradas de lá. O que esses cidadãos querem é dignidade”, disse o parlamentar.
Sousa Neto falou da promessa feita pelos Comunistas durante campanha eleitoral, e, sob aplausos dos moradores que ocupavam a galeria da Assembleia, disparou: “Durante a campanha eleitoral, foi prometido pelo então candidato, Dutra, hoje prefeito daquela cidade, que eles teriam seus títulos de terra, o que era o sonho deles. Todos votaram nele e agora recebem um pedido de reintegração de posse. É porrada em cima deles, e isso é inaceitável. Não vamos abaixar a guarda, não vamos nos intimidar”.
Reintegração
O Governo do Estado entrou com pedido de reintegração de posse da área, concedido pela 1ª Vara da Comarca de Paço do Lumiar. “A Justiça deu um prazo para eles saírem de lá. Dizem que hoje vão construir a Funac, que tiraram da Aurora e agora vão botar lá. Lá tem casas construídas, campo de futebol, sede de Associação Comunitária. A dona Roxa não dorme há 20 anos, me confessou que o Dutra chegou lá prometendo para ela que depois que ele ganhasse a eleição, ela ia dormir tranquila, porque ele ia dar o título de posse da casa dela. E depois chegaram lá os tratores para tirá-la de casa”.
O deputado criticou o comportamento do prefeito Domingos Dutra, hoje no cargo de prefeito, diferente da época da campanha, quando chamava a empresa Odebrecht chamava de “odepeste”, e agora prega outro discurso. “Prestem atenção na irresponsabilidade desse prefeito. Ele chamava a Odebrecht de ‘odepeste’, e pediu para os moradores não pagarem a conta de água, porque quando fosse prefeito ia resolver a situação de todos. O que aconteceu? Está todo mundo no SPC e no Serasa. E se não fosse pela intervenção de um grupo deles que foi lá para negociar e parcelar as dívidas, a situação estava pior. Não se prometem coisas que não possam ser feitas. Chamava a Odebrecht de ‘odepeste’ durante a campanha, e agora está de conluio com a Odebrecht que ninguém sabe o que é que está acontecendo”, completou.