O governador Flávio Dino (PCdoB) vem sendo alvo de sucessivas manifestações de solidariedade após ter seu nome citado por delatores da Lava Jato com vínculo com a empresa Odebrecht. As declarações de apoios não seriam nada suspeitas e tendenciosas se não partissem de auxiliares do governo e de aliados em outras esferas de poder.

Desde que apareceu na lista de envolvidos em atos ilícitos investigados pela maior operação de combate à corrupção da história política do Brasil sob a suspeita de ter recebido, em 2010, uma propina de R$ 400 mil, oriunda do caixa dois da empreiteira, o comunista vem contando com o amparo de secretários de Estado, chefes de autarquias e até de um secretário municipal de São Luís filiado ao PCdoB.

No aplicativo Instagram, publicaram mensagem de desagravo a Flávio Dino o secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Lula, o presidente da Junta Comercial do Estado do Maranhão (Jucema), Sérgio Sombra, e o secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Antônio Araújo.

Os três postaram fotos ao lado do governador, seguidas de declarações em que afirmam confiar na inocência do comunista em relação à acusação de ter recebido propina da Odebrecht, em 2010, quando exercia o mandato de deputado federal, para aprovar um parecer a um projeto favorável à construtora.

As manifestações de apoio mais entusiasmadas partiram de Carlos Lula e de Antônio Araújo, que postaram fotos abraçados ao chefe do Executivo estadual, seguidas das frases “Eu acredito em Flávio Dino” e “Eu confio em Flávio Dino”. Mais discreto, Sérgio Sombra publicou uma imagem em que despacha com o governador.

Visivelmente abalado por ter seu nome envolvido na Lava Jato e com medo do prejuízo político que pode vir a sofrer caso sua participação no escândalo seja comprovada, Flávio Dino implora por apoio para atenuar o impacto da acusação. Mas, por enquanto, vem contando apenas com a solidariedade do grupo seleto que goza de privilégios em seu governo.