O deputado estadual Adriano Sarney (PV) acirrou os debates em torno do Projeto de Lei nº 224/2016, de autoria do governo Flávio Dino (PCdoB), que cria um suposto Programa de Incentivo ao Desenvolvimento dos Centros de Distribuição do Maranhão, em trâmite na Assembleia Legislativa. A proposta do governo concede benefícios a empresas grandes, com capital social acima de R$ 100 milhões e mais de 500 funcionários, prejudicando assim a grande maioria, que são os pequenos atacadistas.
O Projeto de Lei também deixa de cobrar a taxa de contribuição para o Fundo de Desenvolvimento Industrial, que é de 0,05% sobre o faturamento dos grandes atacadistas. Já os pequenos atacadistas continuam sendo cobrados. “O governo comunista defende os interesses dos grandes em detrimento dos pequenos. Mais uma incoerência do discurso político e da prática efetivamente do governo,” disse o deputado.
O parlamentar chegou a apresentar uma emenda ao PL 224, que visava abolir do texto as exigências de capital social mínimo de R$ 100 milhões. A bancada governista, que é maioria no plenário, se mobilizou para rejeitar a proposta de Adriano.
O PL 224 deveria ter sido votado nesta terça-feira (28), mas isso não ocorreu graças a uma manobra da oposição, que pediu a contagem de quórum e verificou-se que não havia parlamentares o suficiente para dar prosseguimento. O projeto voltará à pauta da próxima sessão ordinária da Assembleia, programada para esta quarta-feira (29).
Durante sessão realizada na Câmara Municipal de São Luís, na manhã da segunda-feira (27), o vereador Honorato Fernandes (PT) utilizou a tribuna da Casa para falar dos desdobramentos da Operação Lava Jato na economia local e solicitar a intervenção do Executivo Estadual e Municipal em assuntos referentes à educação da cidade de São Luís.
Operação Lava Jato
O vereador, que participou no último fim de semana de um seminário nacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores, cujo tema foi “O que a Lava jato tem feito pelo Brasil”, iniciou o pronunciamento fazendo uma reflexão acerca dos desdobramentos da Operação Lava Jato, na economia e na política.
O parlamentar disse estar de acordo com o “objetivo principal” da operação empreendida pela Polícia Federal, que é o combate à corrupção. “O principal objetivo da Operação Lava Jato é, teoricamente, o combate à corrupção e, quanto a isso, ninguém é contra, pois a corrupção deve ser combatida em todas as instâncias, no Judiciário, Legislativo, no Executivo ou em qualquer outro canto”, disse Honorato, criticando, no entanto, a forma seletiva como a operação vem sendo conduzida.
“O que nós temos condenado é a perseguição clara e a condenação antecipada de vários companheiros petistas no Brasil afora. Diferente do que se percebe com relação a parlamentares de outros partidos, que aqui ou ali podem ter cometido equívocos ou atos criminosos”, afirmou.
Honorato pontuou ainda os reflexos dos desdobramentos da operação, no âmbito econômico, social e político. “A forma como essa operação vem sendo conduzida traz reflexos negativos para nossa economia e para o nosso quadro social e político, pois o que nós constatamos hoje é o aumento do desemprego, populações voltando a viver abaixo da linha da pobreza, empresas como a Petrobras sendo sucateadas, projetos que entregam a ocupação do solo brasileiro para empresas internacionais, projetos como a terceirização, que nada mais é que a precarização da nossa mão de obra e a reforma da previdência, trazendo o fim do direito a aposentadoria. Portanto, não podemos aceitar o combate à corrupção baseado no desmonte de nossas empresas, no fim dos nossos direitos e no estado de exceção”, pontuou o vereador, destacando também de que forma a cidade de São Luís tem sido afetada por essa conjuntura.
“Aqui em São Luís, nós estamos sofrendo com a baixa da arrecadação e dos repasses federais, o que traz um prejuízo incalculável para a população ludovicense, que tem perdido oportunidades. Empresas como o Porto do Itaqui, que contribuem de forma significativa para o desenvolvimento do Estado, não têm recebido investimentos”, destacou o parlamentar.
Educação
Na oportunidade, Honorato tratou ainda de questões relacionadas à educação da cidade de São Luís, solicitando a intervenção do executivo Estadual e Municipal em dois pontos. O primeiro se refere à gestão financeira da Secretaria de Educação do Município. O vereador solicitou que o prefeito Edivaldo repensasse a forma como os recursos da pasta vêm sendo geridos, sugerindo que a gestão dos mesmos seja descentralizada para a pasta da Educação de acordo com a cota financeira disponível pela fazenda. Tal mudança, segundo ele, viabilizaria de forma mais rápida e eficiente os compromissos firmados pelo órgão.
“Nossa educação está precisando de apoio, por isso, gostaria de fazer alguns pedidos ao nosso amigo, o prefeito Edivaldo. Primeiro, que a gestão financeira dos recursos destinados à educação volte a ser coordenada pelo secretário, de modo a dar celeridade ao andamento dos compromissos firmados pela pasta, e melhorando assim o processo de gestão”, afirmou.
Finalizando o pronunciamento, o parlamentar solicitou a intervenção do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís no projeto de construção de uma escola que atenderá cerca de 1200 crianças da comunidade do Rio Grande. Segundo Honorato, o recurso já foi liberado, no entanto, até hoje, os moradores da região esperam pelo inicio da obra, que vem sendo impedida por um grupo de pessoas que defendem que o projeto de construção da escola seja substituído por outro que visa a construção de um campo de futebol.
“Peço ao governador Flávio Dino e ao prefeito Edivaldo Holanda Júnior que nos ajude a fazer com que esta escola saia efetivamente do papel, atendendo assim a necessidade daquela comunidade e de todo o entorno que é cercado por habitações do Minha Casa, Minha Vida. Pois, como porta voz desses moradores, venho aqui dizer que é inadmissível que se cogite a possibilidade de trocar o projeto de construção de uma escola por outro que visa a construção de um campo de futebol, patrocinado por meia dúzia de pessoas que quer interferir na gestão de uma área de assentamento. Peço ao Governador que garanta a questão da segurança para que a obra seja realizada e ao meu amigo Edivaldo o empenho para que tal distorção de prioridade não ocorra.”, concluiu o vereador.
O presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão, prefeito Cleomar Tema (Tuntum), encaminhará ao presidente da Fundação Nacional de Saúde, Henrique Pires, ofício solicitando a abertura de um novo Termo de Execução Descentralizada (TED) para que mais municípios maranhenses sejam beneficiados com a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico.
Funasa e a Universidade Federal Fluminense pactuaram, ainda em 2014, com o objetivo de prestar assistência técnico-operacional aos municípios maranhenses que possuem contingente populacional igual ou inferior a 50 mil habitantes para elaboração dos seus Planos.
Este trabalho, é importante destacar, já foi iniciado e foi apresentado durante seminário realizado no mês passado no auditório do complexo de comunicação da Assembleia Legislativa do Maranhão.
No entanto, convém destacar que dos 196 municípios do estado que se enquadram na faixa do contingente populacional estabelecido, apenas 117 aderiram ao TED firmado em 2014 e já estão na fase de elaboração dos seus Planos.
Como o referido Termo está em andamento, é inviável a inclusão de novos municípios e, por essa razão, Cleomar Tema solicitará a Funasa a abertura de um novo processo, para que sejam incluídas as demais cidades que se enquadram nos requisitos estabelecidos pela instituição.
“Ressalta-se que a elaboração de novo processo deve ser realizado em caráter de urgência, tendo em vista a importância do Plano ao município, que orientará a prestação dos serviços públicos de saneamento e garantirá as cidades habilitadas obtenção de recursos, junto a União, para investimentos no setor, sendo que a ausência obstará o acesso a estes recursos federais”, afirmou o presidente da entidade municipalista.
O gestor que possuir qualquer dúvida acerca do tema pode manter contato com a coordenação técnica de Meio Ambiente da Famem nos telefones (98) 2109 5439 e 2109 5442.
Um levantamento feito pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) apontou irregularidades na gestão de verbas para compra da merenda escolar em sete municípios do Maranhão. Os vícios detectados vão desde falta de comprovação documental das despesas realizadas a pagamentos por gêneros alimentícios não recebidos, sobrepreço e até desvio de merenda. O prejuízo somado aos cofres públicos é de mais de R$ 667 mil.
Na fiscalização federal, que abrangeu o perídio entre 2011 e 2015 e foi divulgada mês passado, foi feita uma devassa na aplicação dos recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). As cidades maranhenses onde foram detectados vícios são Itaipava do Grajaú, Balsas, Araguanã, Brejo de Areia, Coelho Neto, Maranhãozinho e Presidente Médici.
Em Balsas, por exemplo, foram identificados pagamentos efetuados por gêneros alimentícios não recebidos, o que gerou um desfalque de R$ 57.750,00. Para punir o ilícito, a CGU anunciou a adoção das medidas administrativas necessárias ao ressarcimento do valor desviado e, caso não haja êxito, será instaurada tomada de contas especial.
Já em Presidente Médici, houve dupla ilegalidade: a realização de gastos se a devida comprovação e a contratação de empresa sem capacidade operacional para fornecer a merenda. Juntas, as duas irregularidades constatadas resultaram em um prejuízo de quase R$ 224.mil.
Desvio de merenda
O maior desfalque, de quase R$ 200 mil, ocorreu em Coelho Neto. No município, a fiscalização federal constatou a aquisição de gêneros alimentícios – comprovada por meio de notas fiscais – não distribuídos às escolas e/ou utilizados de modo a cumprir a finalidade do PNAE.
Outra ilegalidade verificada em Coelho Neto foi a falta de comprovação documental de despesas realizadas. Em ambos os casos, foi determinada a adoção de medidas administrativas necessárias ao ressarcimento dos valores pagos por produtos não recebidos e, caso não obtenha êxito, instaurar a tomada de contas especial.
Confira as ilegalidades constatadas em cada município, o desfalque em cifras e as sanções determinadas pela CGU:
Na condição de membro da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Maranhão e atendendo as solicitações de pais de alunos que estavam aterrorizados, o deputado estadual Wellington do Curso (PP) constatou as péssimas condições da Unidade de Ensino Básico Darcy Ribeiro, localizada na Avenida dos Africanos. Ocorre que o teto desabou sobre 30 alunos, um professor, sendo que sete alunos ficaram feridos.
“Minha sobrinha estava aqui. A gente tá reclamando disso faz tempo. Os professores e as crianças não aguentam mais. E se minha filha tivesse morrido? Quem iria devolver a vida dela?”, desbafou Maria José, de 64 anos.
O deputado Wellington, que tem feito visitas às escolas públicas, disse que não irá permitir que a aflição dessas mães continue e afirmou que conta com o Ministério Público nessa defesa.
“Falta de aviso não foi. Pais de alunos e professores já alertavam há tempos para as péssimas condições da escola Darcy Ribeiro. A Prefeitura fez o quê? Passou uma tinta vermelha, porque é essa a cor dominante atualmente. Mais de 40 escolas estão sem condições de funcionamento em São Luís. Na semana passada denunciamos a situação caótica das Escolas Prof. Nascimento de Moraes e Prof. Mata Roma, na Cidade Operaria, e hoje fomos até a escola Dom José Delgado, na Vila Cascavel e constatamos que os alunos estão há dois meses sem aula. Até quando isso continuará? Eu estudei a minha vida toda em escola pública e me encontro hoje nos olhares dessas crianças. Por isso, não deixarei que essa aflição continue. Enquanto deputado estadual, destinei R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para a educação, inclusive, para a reforma de escolas. Os valores não foram liberados, mas não é por isso que me acomodarei. Conto com o Ministério Público nessa defesa”, disse Wellington.
Os ofícios com relatos de pais de alunos e desabafos de professores são encaminhados à Prefeitura de São Luís para que faça a reforma nas escolas e as denúncias também são encaminhadas à Promotoria de Educação para que adote as devidas providências sem que os alunos sejam prejudicados. Assista ao vídeo:
O prefeito Edivaldo determinou o imediato início das obras de reforma da Unidade de Educação Básica (U.E.B), Darcy Ribeiro, localizada no bairro do Sacavém. O anúncio foi feito na noite desta segunda-feira (27) durante vistoria realizada pelo prefeito Edivaldo à unidade de ensino. O prefeito vistoriou a situação da unidade e pediu celeridade nos trabalho de recuperação do prédio.
A medida é parte do conjunto de providências adotadas pela Prefeitura de São Luís após o incidente ocorrido na tarde de hoje, quando parte do teto da escola não resistiu às fortes chuvas e desabou. De imediato, a Prefeitura de São Luís acionou o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar. Uma equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação (Semed) também foi deslocada para o prédio em caráter de urgência, com o objetivo de avaliar a situação e prestar esclarecimentos a familiares de estudantes.
“Durante todo o dia tivemos uma chuva intensa na cidade. Tomamos todas as providências necessárias com a maior rapidez possível, no intuito de dar uma resposta rápida à população da nossa cidade, para solucionar esta questão.
Reforma
O prédio da escola vai passar por uma vistoria e, logo em seguida, iniciaremos as intervenções estruturais no prédio”, explicou o prefeito Edivaldo. Durante a vistoria nas instalações da escola, ele estava acompanhado do vice-prefeito, Júlio Pinheiro; e dos secretários Lula Fylho (Governo), Moacir Feitosa (Educação) e Jota Pinto (Articulação Política).
O prefeito garantiu ainda a continuidade do ano letivo na U.E.B. Darcy Ribeiro, determinando que, enquanto prosseguirem os trabalhos de requalificação estrutural, as crianças sejam alocadas em um novo espaço nas proximidades. Edivaldo ressaltou ainda que a Prefeitura de São Luís segue com o cronograma de requalificação estrutural das unidades de ensino, em curso desde o início da sua primeira gestão.
O secretário de Educação, Moacir Feitosa, afirmou que já nesta terça-feira a equipe técnica da Semed iniciará as providências para que os estudantes sejam realocados em um outro espaço enquanto são realizadas as intervenções na U.E.B. Darcy Ribeiro.
“Daremos celeridade no cumprimento da determinação do prefeito Edivaldo, trabalhando para garantir aos estudantes a retomada das aulas no menor tempo possível”, disse o secretário Moacir Feitosa.
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informa que o teto de uma sala de aula da Unidade de educação Básica (U.E.B.) Darcy Ribeiro (Sacavém) desabou em consequência das fortes chuvas registradas no início da tarde desta segunda-feira (27). Um estudante e uma professora sofreram arranhões e uma aluna foi levada para o hospital Socorrão I com escoriações, permanece em observação, mas passa bem.
A Secretaria informa ainda que foram acionados, de imediato, o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a Polícia Militar, e que uma equipe técnica da secretaria foi enviada à escola em regime de urgência, onde atendeu aos pais e demais estudantes com os esclarecimentos necessários.
A Semed esclarece que a referida unidade vai passar por vistoria e perícia técnica para determinar as causas do ocorrido e avaliar as condições de segurança do prédio. A Semed reforça que providenciará as intervenções estruturais necessárias e que os dias letivos serão integralmente repostos mediante calendário suplementar a ser elaborado pela Semed em diálogo com a comunidade escolar.
Fonte: Secretaria Municipal de Comunicação (Secom)
Assessores de imprensa e jornalistas que fazem a cobertura diária da Câmara Municipal de São Luís (CMSL) durante as sessões plenárias, reuniões de comissões, audiências públicas e visitas pelos bairros da capital maranhense, se reuniram em um encontro organizado pela Diretoria de Comunicação (DIRETCOM), na manhã desta sexta-feira (24), no plenário Simão Estácio da Silveira, com o objetivo de alinhar ações para qualificar a comunicação entre os vereadores e o relacionamento com a imprensa na articulação de informações do Poder Legislativo Municipal.
Durante a reunião de trabalho, a jornalista Itamargareth Lima que é coordenadora de Comunicação da Casa, discutiu projetos que estão sendo implantados pela gestão do presidente Astro de Ogum (PR) e determinou empenho dos assessores na cobertura de seus parlamentares. Ela orientou os jornalistas sobre o formato dos próximos encontros e como será, na prática, o alinhamento da produção jornalística institucional.
“Foi um encontro de trabalho muito positivo. Discutimos as ações de cada parlamentar e as atividades deste tipo servirão para manter a equipe coesa e trabalhando alinhada para oferecer a maior cobertura jornalística do parlamento municipal. Esta será mais uma maneira de mostramos o relacionamento dos vereadores com a população”, afirmou Itamargareth.
Para o jornalista Tarcísio Brandão, assessor da vereadora Fátima Araújo (PCdoB), o encontro foi uma forma de “unificar e padronizar todos os instrumentos da comunicação, com a finalidade de levar à sociedade uma prestação de contas eficiente e transparente”.
Além de assessores, radialistas e jornalistas, o encontro também contou com a participação de reportes fotográficos que cobrem as atividades no Palácio Pedro Neiva de Santana, sede do legislativo ludovicense.
A Prefeita de Bom Lugar, Luciene Costa (PV), e o líder político Rogério Costa, se reuniram com o secretário de Estado da Saúde, Carlos Lula. Na audiência, discutiram investimentos no setor na cidade, que em em breve receberá a visita do gestor para levantamento das demandas e para conhecer as ações realizadas pela administração municipal.
Carlos Lula elogiou a gestão de Luciene Costa e a parabenizou pelas primeiras ações sociais em benefício da população.
A comitiva liderada pela prefeitura de Bom Lugar também foi integrada pela secretária-adjunta de Saúde do Município, Joana Moura, pela assessora jurídica, Erika Durans, e pelo deputado estadual Rigo Teles (PV).
Curta-metragem “José Louzeiro: Depois da Luta” contará a trajetória do roteirista, escritor e jornalista maranhense José Louzeiro; gravações serão encerradas no fim do mês; obra tem depoimentos de cineastas como Sérgio Rezende, José Joffily e o cineasta chileno Jorge Duran
Autor de obras memoráveis como “Pixote- Infância dos Mortos”, “Lúcio Flávio- O passageiro da agonia”, ambas adaptadas para o cinema, o roteirista, escritor e jornalista maranhense José Louzeiro sempre seguiu por trás das câmeras e da máquina de escrever, onde contava diversas histórias policiais, apuradas para os jornais e também esboçava roteiros para o cinema. Nascido em São Luís, cidade onde começou sua carreira jornalística, José Louzeiro é radicado no Rio de Janeiro desde a década de 1950 e como um bom jornalista policial, profissão que desempenhou nos principais jornais do país, a sua missão sempre foi contar histórias, mas agora a sua trajetória será tema do curta-metragem “José Louzeiro: Depois da Luta”, ainda em fase de gravações. A previsão é que o filme seja finalizado no segundo semestre deste ano.
Aprovado no II Edital do Audiovisual do Maranhão, concebido por meio de uma parceria entre Governo do Estado e Agência Nacional de Cinema (Ancine), o filme tem direção da cineasta Maria Thereza Soares, pesquisa e roteiro da jornalista Bruna Castelo Branco, direção de fotografia assinada por Paula Monte e Paulo Malheiros (fotografia), design de som de Paulo Senise, que também assina a técnica de som ao lado de Marcos Belfort, produção de set de Fernanda Oliveira e Maria Thereza Soares, edição de Fernando Costa e assistência de produção de Cláudia Marreiros. Thiago Barbosa dos Santos participa como assistente de direção.
A obra conta a história do escritor, principalmente, a sua participação no cinema. Com gravações iniciadas em fevereiro no Rio de Janeiro e com previsão de lançamento para o segundo semestre deste ano, o filme contará com depoimentos do próprio José Louzeiro, além da participação de escritores e cineastas.
No Rio de Janeiro, as filmagens duraram cerca de 10 dias e foram rodadas na casa do escritor e também na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Além de muitas horas de gravações com o próprio personagem do filme, o filme conta com depoimentos da agente literária Ednalva e de cineastas como Sérgio Rezende, José Joffily e Jorge Duran. Nas entrevistas, eles contaram suas experiências com Louzeiro enquanto roteirista de filmes importantes, a exemplo de “Lúcio Flávio- o passageiro da agonia”, “Pixote- a lei do mais fraco”, ambos dirigido pelo cineasta argentino Hector Babenco, “O Homem da Capa Preta”, com direção de Sérgio Rezende e produção de Mariza Leão, “Quem Matou Pixote?”, com direção de José Joffily, entre outros.
O cineasta José Joffily, diretor do filme “Quem Matou Pixote? ”, que narra a polêmica história do ator Fernando da Silva Ramos, protagonista do filme “Pixote- A lei do mais fraco”, assassinado pela polícia em 1987 conta que o faro jornalístico de Louzeiro definiu a trama que tem inspiração no livro de Cida Venâncio, viúva de Fernando. “ Louzeiro foi importantíssimo durante o processo todo, por causa desse viés jornalístico dele, sempre colocando a imaginação dele sobre os fatos”, destaca.
Em São Luís, as gravações seguem até o fim de março com escritores e amigos do homenageado, entre as locações escolhidas será a sede da Academia Maranhense de Letras, entidade de escritores, do qual Louzeiro faz parte desde 1987.
Perfil
Nascido em São Luís, José Louzeiro morou até a adolescência morando no antigo bairro Camboa do Mato, sua relação com o jornalismo começou como revisor aprendiz de O Imparcial, para em seguida atuar como repórter policial. Ao mudar-se para o Rio de Janeiro, em 1954, teve atuação em diversos jornais como O Jornal, da Cadeia dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand. Posteriormente, passou pelas redações da Revista da Semana, Manchete, Diário Carioca, Última Hora, Correio da Manhã (no Rio) e, em São Paulo, teve passagens pela Folha de São Paulo e o Diário do Grande ABC. Foi repórter de polícia durante mais de 20 anos.
Autor de mais de 40 livros, nos segmentos infanto-juvenil, biografias e romance-reportagens, gênero do qual é pioneiro no Brasil, aos 84 anos, José Louzeiro ainda colabora esporadicamente com artigos em jornais e sonha com alguns livros ainda transformados em filmes como “Aracelli, meu amor”, sobre o caso da menina Aracelli Crespo, assassinada, aos 8 anos de idade, em Vitória (ES), no dia 18 de maio de 1973. A morte da menina foi contada no romance-reportagem, censurado no dia do lançamento, por falar de forma clara que os culpados pela morte eram pessoas da alta sociedade da capital do Espírito Santo. Hoje a data da morte da garota Aracelli é lembrada como o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, graças também ao trabalho incansável de Louzeiro em denunciar o crime.
Além de Aracelli, a obra de José Louzeiro como um todo tem como característica a denúncia social e também é rica em personagens marginalizados socialmente. É o caso do grupo de meninos em situação de risco social do livro “Pixote- Infância dos Mortos”, que foi transformada em filme em 1981, fazendo uma contundente denúncia dos maus tratos que crianças e adolescentes.
Sobre ser tema de um documentário, embora tenha dado sugestões de personagens, ele encara com simplicidade a sua história ter sido transformada em filme. “Fico envaidecido e muito honrado com o convite, pois a minha vida sempre foi contar sobre a vida dos pobres e eu sou pobre também. Eu sou um pedreiro das palavras”.
Pesquisa
A pesquisa começou em 2013, a partir do interesse da jornalista Bruna Castelo Branco, que também assina o roteiro do filme. A ideia surgiu após fazer uma entrevista com ele sobre o lançamento do livro “Lições de Amor” (2012), sobre a educadora maranhense Maria Freitas.
“Ele é uma fonte de boas histórias, sua experiência com o cinema, com o jornalismo policial e também com a literatura precisa ser amplamente divulgada. No início, eu não sabia exatamente como contar essa história, aí surgiu o Edital do Audiovisual do Maranhão e aí pensei na Maria Thereza Soares que é cineasta para dirigir o filme”, lembrou.
Para Maria Thereza Soares, que tem formação em Cinema e Vídeo pela Universidade Federal Fluminense e também foi aluna da escola de cinema École Nationa e Supérieure Louis Lumière (Paris), dirigir um filme sobre José Louzeiro tem um lado afetivo. Em 2001, ela fez o primeiro curso relacionado a cinema. Trata-se de Roteiro para cinema e televisão, ministrado por José Louzeiro.
“A história de Louzeiro é fascinante, e o que mais chama a atenção na sua trajetória é seu lado fortemente humanista. Ele saiu de uma vida pobre em São Luís, sem muitas perspectiva para escrever seu nome na história do cinema brasileiro, de forma bastante expressiva”, analisa.