Crise também é um bom negócio

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Consultor em empreendedorismo é da opinião de que a atual retração da economia não é empecilho para abrir um negócio de sucesso no Brasil

Para Ricardo Carreira, a crise é o momento do empresário aprender mais, estudar mais, melhorar seu produto, investir na empresa

Ao contrário do que se imagina, crise combina com empreendedorismo, segundo Ricardo André Carreira, consultor, empresário, professor da Universidade Federal do Maranhão e diretor geral da Faculdade de Negócios Faene. Para ele, é a partir de uma necessidade que surge uma oportunidade, e no Brasil, ante a crise, há diversas áreas onde se podem achar as oportunidades.

“Acredito que as oportunidades ocorrem em função de necessidades. Em um momento de dificuldade é que surgem alentos. Fazendo uma simples comparação, poderíamos usar o exemplo elementar da chuva: dias seqüenciados de chuva trazem muitas dificuldades e prejuízos, com certeza. No entanto, se alguém perceber e começar a vender capas e guarda-chuvas, estará aproveitando essa oportunidade. Logo, nos momentos de dificuldades, precisamos buscar alternativas que viabilizem o negócio.

Segundo Carreira, há atividades que estão muito sobrecarregadas, como o varejo tradicional. As vendas estão em baixa, porém, as pessoas, principalmente as novas gerações, estão em busca de mais serviços, mais tecnologias e buscam aqueles que ofereçam oportunidades de negócio. Uma área interessante é a da controladoria, que oferece mecanismos de controle de custos e investimentos da organização. Na verdade, existem várias áreas de consultorias, assessorias e prestação de serviços que estão em evidência no momento.

Os empresários ou empreendedores podem usar de estratégias para que um negócio venha a vingar em um momento de turbulência. “Primeiro, você precisa identificar efetivamente a oportunidade, pois não podemos ser aventureiros, sem preparo, sem conhecimento do mercado que iremos atuar. Outra coisa importante é mostrar para o mercado que você tem algo a oferecer, que as pessoas precisam”, ensina.

Na realidade, de acordo com ele, é comum que o consumidor não identifique a necessidade no primeiro momento, mas precisa mostrar que é realmente útil. “Podemos exemplificar com os empórios, que eram lojas distantes e difíceis e hoje se proliferam, pois há um segmento que deseja um produto de maior qualidade, em um ambiente diferenciado”, exemplifica.

Ricardo Carreira explica que, sempre que existe uma retração nas vendas, é esse o momento do empresário aprender mais, estudar mais, melhorar seu produto, investir na empresa. Pode usar esse momento de baixa para preparar a empresa para a retomada. Também se faz importante o desenvolvimento de parcerias com ações conjuntas, integração de atividades, até mesmo a criação de grupos ou redes que viabilizem o negócio.

“Um exemplo é a parceria muito evidente entre instituições de ensino e empresas de captação de alunos, com aplicação de descontos especiais, bolsas e benefícios. Nossa indicação final é que o empreendedor deve possuir conhecimento do seu negócios, ter paixão pelo que faz e abusar da criatividade”, finaliza.

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