A Folha de S.Paulo publicou, em sua edição deste domingo, amplo levantamento que não deixa dúvida quanto ao alto índice de poluição das praias da região metropolitana de São Luís. Em análise feita a partir de dados coletados em 2016, o jornal paulista revelou que todos os 16 pontos do litoral da Ilha que tiveram a balneabilidade pesquisadas estão em péssimas condições de banho.

Há duas semanas, o governador Flávio Dino (PCdoB) apareceu em vídeo, em uma praia e em traje de banho, declarando que assegurava a despoluição da orla, pois ele próprio entrara no mar, sem temer risco de comunicação. Apesar da afirmação, as imagens não mostram o comunista com o corpo dentro d’água, apenas os pés parecem ser tocados pelas ondas, o que gerou desconfiança quanto a garantia dada pelo chefe do Executivo estadual.

Inquestionáveis mesmo são os dados coletados pela Folha, com base no método usado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que anualmente classifica as praias do estado entre “ótima” e “péssima”, a partir de levantamentos semanais. Levando em conta esse critério, as praias de São Luís e São José de Ribamar foram reprovadas, desde a Ponta d’Areia ao Araçagi.

Adriano Sarney condena gasto de dinheiro público com propaganda enganosa sobre despoluição da orla

Defensor ardoroso da causa ambiental e do direito constitucional à saúde pública, o deputado estadual Adriano Sarney diz que a metodologia da Folha é muito boa, pois corrobora a sua análise de que as praias não estão despoluídas. “A balneabilidade de nossas praias é instável, já que depende de variáveis como maré e chuva e não tratamento adequado do esgoto”, escreveu o parlamentar em suas redes sociais.

Adriano observa que se as praias estivessem de  fato despoluídas, em nenhum momento ficariam impróprias para banho, muito menos nessa média de três vezes ou mais, como aponta o jornal. “Repito, o governo foi irresponsável em gastar dinheiro público em propaganda para divulgar que as praias estavam despoluídas. Não estão despoluídas, alguns pontos se tornam próprios para banho em determinados momentos. Só serão despoluídas se houver tratamento de esgoto e coleta adequada do lixo”, salientou.

O levantamento da Folha causou mobilização imediata dos governistas, que, tão logo a informação passou a repercutir, começaram a discutir uma forma de atenuar o seu impacto.

Mais um fato negativo que reforça que qualquer versão palaciana não merece tanto crédito.

Abaixo, o resultado do levantamento para as praias de São Luís e São José de Ribamar: