O delegado Walter Wanderley, titular do 5º Distrito Policial, no Anjo da Guarda, externou toda a sua insatisfação por não ter sido informado pelo Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do achado do cadáver esquartejado e queimado de uma adolescente em sua jurisdição. O combativo policial reagiu ao menosprezo reafirmando seu empenho na luta contra o crime nos bairros da área Itaqui-Bacanga cobertos por sua delegacia.
O corpo de Rayssa Melo Diniz, de 17 anos, foi encontrado, com marcas de violência extrema, na tarde da última sexta-feira (18), em uma área de mangue, no bairro Alto da Esperança. Contrariando o procedimento de rotina, o Ciops não comunicou o fato a Walter Wanderley, embora o achado tivesse ocorrido ainda durante o seu expediente.
O delegado ficou revoltado por ter tomado conhecimento do achado macabro somente por meio da imprensa. Para ele, foi um desprestígio não ser acionado para investigar o caso. Sem medo de retaliações, ele afirmou que, no território de sua competência, costuma desvendar crimes como o que vitimou Rayssa antes mesmo da Delegacia de Homicídios (atual Superintendência Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa).
Um dos delegados mais produtivos em atuação na Polícia Civil do Maranhão, Walter Wanderley costuma acompanhar pessoalmente as diligências com sua equipe de investigadores, visando à elucidação de roubos, furtos, assassinatos, tráfico de drogas e outros crimes na área de abrangência do 5º DP.
Para protestar contra o desprestígio, o delegado exibiu uma bota da marca Sete Léguas, que comprou com dinheiro do próprio salário, usada por ele para andar em matagais, áreas de mangue, córregos e outros locais de difícil acesso onde costuma caçar bandidos.
O episódio abriu uma crise desnecessária no sistema de segurança pública do Maranhão, que em tempos atuais tem a vaidade e a soberba como traços evidentes.