O Parque Estadual do Mirador, em Mirador (cidade a 485 quilômetros de São Luís), está abandonado pelo governador do estado Flávio Dino (PCdoB) e sofre com a falta de estrutura técnica, inclusive financeira, falta de mão de obra, equipamentos, suporte técnico e fiscalização na área. Quem quiser visitar ou conhecer as dependências não conta com nenhuma informação sobre a entrada e como chegar até o local.
Com 473 hectares, o local não possui monitoramento e sequer vigilância. A falta de interesse do poder público municipal e estadual é visível. As trilhas para caminhadas contam com vários quilômetros de extensão e vários locais estão repletos de lixo devido ausência de lixeiras.
Na última quarta-feira (19), a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) promoveu uma falência no parque e sua liquidação forçada, confiscando as viaturas que ainda davam suporte aos ex funcionários, fies depositários do patrimônio público, de seis postos avançados dentro do parque em posto sede no município. Um parque de proporções tão grande que para se realizar uma fiscalização se faz necessário percorrer 912 km, entre o posto sede de Mirador e os postos avançados de: Mosquito, Aldeia, Mel, Cágados, Zé Miguel e Geraldina respectivamente. Isso se deu por interferência do prefeito eleito de Mirador, o comunista Rony Pereira, todo um trabalho de 30 anos, desenvolvido por Laércio Araújo de forma ativa e combatente, foi ignorado deixando o parque totalmente desprotegido e desativado pelo governo do estado.
“O parque hoje infelizmente encontra-se em situação preocupante, total abandono, importante mencionar que além da falta de proteção às inúmeras espécies encontradas na fauna e flora do Parque estadual, neste está localizada a nascente do Rio Itapecuru que banha o estado do Maranhão, com 1.041 km de extensão e largura que varia de 50 a 120 metros, o rio nasce no sul do estado e flui no sentido nordeste–norte até desaguar na baía de São José, golfão Maranhense”, destacou Pablo.
Com 52.972,1 km² e ocupando 16% do território estadual, a bacia do Itapecuru é genuinamente maranhense e abastece 75% da população de São Luís, além de outras cidades através do estado. Seu curso pode ser caracterizado fisicamente em três regiões: alto, médio e baixo Itapecuru. Dentre os principais fatores que determinam essa caracterização pode-se citar a rede de drenagem, o relevo da bacia e a navegabilidade.
“Toda essa importância acima destacada, está extremamente ameaçada pelo abandono do Governo do Estado, que retirou a CooperMira, cooperativa responsável pela administração do Parque Estadual e até o momento não apresentou nenhum argumento plausível sobre a retirada da referida cooperativa e tão pouco soluções para a retomada da administração do Parque. Enquanto isto, o Parque vem sofrendo com queimadas descontroladas, tráfico de animais silvestres, invasão por grileiros em algumas áreas do Parque, bem como o furto de equipamentos que eram utilizados na administração do Parque para a sua proteção”, ressaltou Pablo Bonfim.
“Um dos maiores e mais preocupante problema, é a vulnerabilidade da nascente a toda essa destruição, que pode, caso não hajam medidas urgentes por parte do estado, causar um impacto grandioso para todos nós que dependemos da perenidade do Rio Itapecuru”, finalizou Bonfim.