O incêndio criminoso a um ônibus em pleno início da tarde desta segunda-feira, na Avenida Kennedy, uma das mais movimentadas de São Luís, com saldo de três pessoas feridas, reforçou, mais do que nunca, a necessidade urgente de inclusão da insegurança pública na pauta de discussões da campanha eleitoral.
Capital mais violenta do país, segundo o recém divulgado Mapa da Violência 2016, São Luís vive um drama diário, causado pela matança desenfreada, seja de criminosos entre si e em confronto com a polícia, seja de cidadãos inocentes.
Sempre na mira de assaltantes, que não dão trégua um só dia, o transporte público passou a ser alvo também, nos últimos anos, de ataques incendiários, com pelo menos uma morte, a da menina Ana Clara, de apenas seis anos, em janeiro de 2014. E para quem achava que a barbárie tinha cessado, a cena se repetiu, provocando graves danos físicos e materiais. Detalhe: o coletivo queimado hoje pertence à frota adquirida após a tão esperada e questionada licitação das linhas do transporte público.
Historicamente, o violência passa ao largo dos debates na sucessão municipal, sob o argumento sem sentido de que o combate ao crime é missão exclusiva dos governos estadual e federal. Mas, em tempos de carnificina, os prefeitos devem se engajar, sim, ao enfrentamento à bandidagem, sob pena de omissão e desumanidade.
Daí ser necessário cada candidato firmar compromisso também com a segurança do povo, acuado nas ruas e dentro de casa, relegado à condição de refém do medo e do descaso.
Na São Luís de hoje, prefeito e governador exaltam, na mídia paga, a “inédita” parceria em favor da cidade e da sua população. Se o apoio propagandeado ainda não se reverteu em obras públicas de infraestrutura na quantidade e na qualidade esperada, na segurança pública é que não se vê resultado algum.
Aliás, há um saldo, mas este é extremamente negativo e é pago apenas pelo povo.
Veja as imagens do desespero causado pelo incêndio ao ônibus: