É notório que no Brasil, muito além da crise econômica, estacionou uma grave crise ética e moral que mantém aberta uma permanente ferida no seio da política nacional. A cada dia novas revelações sobre propinas, fraudes e favorecimentos expõe o lado perverso e corrupto de agentes públicos sem escrúpulos e em favor apenas do capital. Fica a pergunta: diante de novas eleições que se aproximam, o que esperar dos atuais políticos que aí se encontram? A resposta vem do poder de renovação do povo brasileiro.
Forças políticas que nascem da sociedade com novas propostas, novas ideias e uma nova forma de enxergar a sociedade começam a ganhar espaço na cena pública da capital maranhense. Um exemplo desses novos valores é o sindicalista Anibal Lins, que já assumiu sua pré-candidatura para vereador em São Luís. Com uma formação social sólida, Lins vem percorrendo áreas da periferia ludovicense para conversar com as pessoas sobre os problemas enfrentados no dia a dia.
Para o sindicalista, São Luís apresenta um quadro muito complicado quando o assunto é formulação e concretização de políticas públicas. “Percebe-se pela situação das comunidades e nos relatos dos moradores que o poder público não está presente em todas as regiões da capital. Há anos que percorro a periferia e vejo a realidade de vários cidadãos, de várias vidas, que não estão tendo a atenção que merecem. Isso precisa mudar”, desabafou Anibal Lins.
Convites
A convite dos próprios moradores, ele já esteve nas comunidades Tajaçuaba, Vila Maranhão, Jaracaty, Camboa dos Frades, Forquilha, Itapiracó, Liberdade e Vila Vitória. Na noite dessa quarta-feira, 06, a caminhada foi na área Itaqui-Bacanga, onde visitou uma creche comunitária e conheceu a realidade de pessoas que residem em áreas onde não há aparelhos públicos, saneamento, segurança e nem transporte. A situação da creche, segundo o pré-candidato, é uma constatação do descaso do poder público com pais e mães de família que precisam trabalhar e não têm local para deixar seus filhos.
Mesmo funcionando de forma modesta, o local atende cerca de 50 crianças diariamente e oferece refeição e lanche. Dona Maria José, diretora da creche, afirma que, mesmo estando com a situação da instituição regularizada, não consegue apoio do poder público para manter o custeio mensal. “Atualmente são dez voluntários que se empenham no cuidado e ensino das crianças. É um trabalho de amor e dedicação que estamos mantendo mesmo com pouca ajuda”, afirmou a diretora.
É o mesmo sentimento compartilhado pela cuidadora Ana Rita, que trabalha na creche durante todo o dia. Ela não recebe remuneração, mas afirma que faz tudo com amor e que se sente útil em poder ajudar os pais das crianças. “Aqui eu cuido dos meus netos e dos filhos dos amigos, porque muita gente quer trabalhar e não tem onde deixar as crianças. Elas passam o dia aqui e além da recreação elas também têm aula com professoras voluntárias”, comentou.
Ao que tudo indica, e com base nas esperanças que nascem dentro dessa conturbada conjuntura política, casos como o da dona Maria e da dona Ana serão menos comuns.