A defesa do ex-presidente José Sarney pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso ao pedido de prisão apresentado contra ele pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Segundo reportagem do jornal “O Globo” da última terça-feira (7), a PGR pediu a prisão domiciliar de Sarney, com monitoramento eletrônico e uso de tornozeleira. Ele é suspeito de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Sob a mesma alegação, a PGR pediu a prisão de outros caciques do PMDB: o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o senador Romero Jucá (RR). O STF ainda vai decidir sobre as prisões.
A defesa de Sarney também pediu instauração de investigação para punir os responsáveis pelo vazamento de gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que mostram conversas com o ex-presidente.
O advogado de Sarney, Antonio Carlos de Almeida Castro, solicitou ainda acesso às gravações e à delação premiada de Machado para poder fazer a defesa antes de uma decisão do STF sobre o pedido de prisão.
Para a defesa, a gravação se deu de forma “obscura e estranha” e o vazamento teve por objetivo “constranger” o STF para decretar as prisões.
“Se confirmadas [gravações], poderão não apenas escancarar uma faceta sombria, anti-democrática e não republicana de determinados órgãos investigativos, mas podem revelar uma estratégia deliberada de tentar provocar e jogar a população contra o Poder Judiciário, como se o Supremo Tribunal Federal fosse ceder a pressões”, diz a peça, em referência aos vazamentos.