Menos de 12 horas antes da hora marcada, o Procon abortou uma operação inédita, que geraria ampla repercussão pelo impacto que causaria. Marcada para hoje, a ação tinha como objetivo apreender ônibus mal conservados em garagens de empresas que exploram o serviço de transporte público em São Luís.
Na última terça-feira, o órgão havia notificado os donos das empresas quanto a obrigação de oferecer ônibus em boas condições, de modo a cumprir o Código de Defesa do Consumidor. A prazo para atendimento da medida era de 24 horas.
Em informe às redações de jornais, emissoras de TV, rádios e portais de notícia, a Assessoria de Comunicação do Procon informou aos veículos sobre a operação e convidou a todos a fazer a cobertura. Inicialmente, os trabalhos começariam as 5h, antes mesmo do amanhecer. O ponto de partida seria a rotatória do Calhau, na Avenida dos Holandeses.
Demonstrando disposição incomum para um órgão público, a autarquia resolveu antecipar o horário da ação para as 4h, quando os coletivos ainda estivessem dentro das garagens. A intenção era impedir que os ônibus velhos circulassem. Até o local para onde seriam levados os ônibus apreendidos já havia sido definido: o pátio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT).
Cerca de meia hora após o aviso de antecipação, houve novo contato do Procon com as redações, dessa vez para comunicar que a operação havia sido abortada. Estranhamente e sem maiores explicações, foi informado que a ação ocorreria em outra data, ainda a ser agendada.
Com uma atuação arrojada e resultados expressivos na defesa do direito do consumidor, o atual superintendente do Procon, Duarte Júnior, parece ter carta branca do governador Flávio Dino (PCdoB) para agir.
Por isso mesmo, o adiamento da operação soa ainda mais esquisito. É impensável, pelo menos neste primeiro momento, que o destemido gestor tenha recuado por pressão.
O presidente midiático para variar se afobou, fez um carnaval mas não pode cumprir. Uma pena