Pequenos empresários contratados para fornecer produtos a órgãos estaduais estão passando por graves dificuldades por não estarem recebendo pagamento pelos itens que venderam ao governo. Arruinados e em desespero, muitos relatam seus dramas aos prantos, enquanto aguardam, já sem paciência e com saldo no vermelho, o dinheiro que lhes é devido.
Com R$ 7 mil a receber da Uema desde dezembro do ano passado, valor referente ao fornecimento de itens de informática, como placa-mãe, placa de rede, fonte de alimentação, cabo de rede, cabo de impressora e cabo de dados, a empresária Meire Luce Lima Cavalcante, dona da Hayoteck, empresa fundada há 17 anos na Vila Luizão, periferia de São Luís, chora ao denunciar o calote que vem sofrendo.
Ela diz que a justificativa da universidade para não saldar a dívida é falta de recursos financeiros. “Então, para que abrir concorrência pública se não há dinheiro para pagar aos fornecedores?”, indaga a empresária.
Outros órgãos do Estado também não vem pagando pelos itens que vêm comprando junto a pequenas empresas locais, contribuindo ainda mais para o agravamento do quadro de pré-falência de muitas. Entre os inadimplentes estão a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Maranhão (Fapema), o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) e a própria Comissão Central de Licitação (CCL), onde são realizados os pregões para contratação dos fornecedores.
Enquanto o calote oficial perdura, o clima nas pequenas empresas locais é de aflição, com retração de investimentos e demissões, seguindo a lógica de uma economia no vermelho, que, a propósito, é a cor da mudança.