É gravíssima a denúncia feita pelo advogado Luis Antônio Pedrosa, membro da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), em entrevista ao jornalista Diego Emir, de que o Governo do Estado vem fazendo concessões às facções criminosas que disputam poder dentro do Complexo Penitenciário de Pedrinhas para que essas mantenham o clima ordeiro e pacífico no cárcere. Apesar do teor bombástico da acusação e da sua ampla repercussão, nem a Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária (Sejap) muito menos o Palácio dos Leões se prontificaram a responder ao ativista.

Conhecedor profundo das entranhas do sistema prisional, Pedrosa parece saber o que diz. Exageros à parte, ele costuma tocar na ferida que mais dói quando aborda o caos que impera nas cadeias do Maranhão. Difícil acreditar que ele esteja blefando, como tenta fazer crer o onipresente secretário de Articulação Política, Márcio Jerry, único membro do governo a rebater a denúncia, classificada por ele como “desvario politiqueiro”.

Tão séria quanto a acusação deveria ser a atitude do governo em relação a ela. A tentativa de Márcio Jerry de desqualificá-la com uma postagem rasa e rasteira nas redes sociais não basta. A verdade só virá à tona após investigação criteriosa dos fatos – se existirem.

Talvez os governistas estejam esperando o chefe Flávio Dino, principal beneficiário da barbárie no registrada em 2013 e 2014, período que antecedeu sua eleição,  voltar das férias para decidir o que fazer – ou não – para atacar o problema.