O médico César Roberto Marinho está sendo acusado por familiares de uma mulher que precisou de atendimento de emergência na madrugada da última terça-feira de ter abandonado o plantão da Unidade Mista do Coroadinho naquela data, deixando vários pacientes desassistidos.

O autor da denúncia contra o médico é o comerciante Vagner Nascimento Pereira, marido da paciente, que foi encaminhada à Unidade Mista com quadro de convulsão. Ao chegar ao portão com a esposa doente, por volta das 4 horas da madrugada, acompanhado de uma irmã e de um cunhado, ele foi informado de que o médico já havia ido embora.

Revoltado com a falta do médico e ao mesmo tempo desesperado devido ao estado de saúde da esposa, Vagner e os familiares seguiram para o Hospital Municipal Djalma Marques, o Socorrão I, onde a paciente foi atendida.

Os plantões das unidades mistas mantidas pela Secretaria Municipal de Saúde terminam às 7 horas. Ao abandonar o trabalho faltando três horas para o término, o médico cometeu grave infração, pois colocou em perigo a vida de cidadãos enfermos, que ficaram desamparados com sua ausência.

Disposto a denunciar o descaso à direção da Unidade Mista do Coroadinho, Vagner retornou ao local ontem. Para sua surpresa, dessa vez foi informado que o médico, na verdade, estava presente, mas dormia no momento em que ele procurou atendimento para a mulher. A acusação requer apuração rigorosa, pois nos dois casos houve omissão de socorro à paciente.

Marinho é o mesmo médico que ficou conhecido em meados da década de 90 ao ser preso por manter uma clínica de aborto na Rua da Alegria, em pleno Centro de São Luís. Após alguns anos recluso por causa do escândalo, ele voltou a exercer a profissão, e agora é acusado de cometer mais um desvio de conduta.