60% de aprovação para Flávio Dino, um cálculo que não bate
Pesquisa feita pelo Instituto Exata, divulgada hoje pelo Jornal Pequeno e reproduzida por blogs alinhados ao Palácio dos Leões, aponta que o governador Flávio Dino (PCdoB) tem 60% de aprovação popular em São Luís. Mas, estranhamente, o cálculo não bate quando se soma os percentuais de cada conceito atribuído ao comunista. Outro dado que desqualifica o levantamento é o período em que foram colhidas as entrevistas, dias 3 e 4 deste mês, quando Dino ainda não havia sofrido o impacto devastador da decisão judicial que resultou em perda salarial de 21,7% para servidores públicos estaduais.
A pesquisa trouxe o seguinte resultado, em relação à capital: 31% dos entrevistados consideram o governo de Flávio Dino ótimo ou bom. Outros 43% avaliam a gestão do comunista como regular, enquanto 23% acham que ele faz uma administração ruim ou péssima. Como, então, o instituto, o jornal ou os dois juntos chegaram ao percentual de 60%?
Tudo indica que a matéria, publicada em espaço reduzido na página 3 da editoria de Política, mas estampada como manchete de primeira página, passa uma informação que não condiz com a realidade. A ausência de gráficos ou tabelas que deem respaldo à informação contida no texto também põem em cheque a publicação.
O resultado exibe uma contradição diante das incontáveis manifestações de repúdio ao comunista nas ruas, principalmente por causa da violência desenfreada que assusta a população de São Luís. Dino também tem sido execrado nas redes sociais, seu ambiente preferido, depois que uma decisão do Tribunal de Justiça, favorável ao seu governo, reduziu em 21,7% os salários dos servidores do Poder Judiciário, com risco de atingir outras categorias do funcionalismo público estadual. Alvos da ira dos internautas, o governador e seus auxiliares de ponta vêm mantendo, desde então, silêncio sepulcral no ambiente virtual.
Os números que o jornal exalta revelam, na verdade, o desgaste progressivo da imagem do comunista. A realidade é que Flávio Dino amarga uma queda vertiginosa em sua popularidade, um fenômeno que parece irreversível.
Se houvesse fidelidade na divulgação da pesquisa, o povo saberia que o governador detém índice de aprovação popular bem mais modesto. Ou melhor, constataria que o comunista empossado há apenas nove meses amarga o desgaste progressivo da sua imagem.