A cerimônia de homenagem que dá o titulo de Doutor Honoris Causa aos cinco imortais foi realizada na AML na noite da última quinta-feira
SÃO LUÍS – Na noite da ultima quinta-feira (24), a Universidade Federal do Maranhão e a Academia Maranhense de Letras (AML) homenagearam cinco imortais da Academia Maranhense de Letras com o título de Doutor Honoris Causa. O evento aconteceu na sede da AML em comemoração ao centenário de Mário Meireles, onde na ocasião também foi lançado o Dicionário da Obra de Domingos Vieira Filho, de autoria dos pesquisadores da UFMA Conceição de Maria de Araujo Ramos, José de Ribamar Mendes Bezerra, Maria de Fátima Sopas Rocha, Luís Henrique Serra e Edson Lemos Pereira
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Na solenidade, o reitor da UFMA, Natalino Salgado, como presidente do Conselho Universitário da UFMA, concedeu o título de Doutor Honoris Causa a Mário Meireles e outros quatro imortais, Dom José de Medeiros Delgado e Domingos Vieira Filho, in memoriam, e Jomar da Silva Moraes e José Maria Ramos Martins.
O título de Doutor Honoris Causa é oferecido a personalidades que se distinguem pelo saber, pela atuação na ciência ou pelo melhor entendimento entre os povos ou em defesa dos direitos humanos, características que distinguem os homenageados.
Em seu discurso, lido pela professora Silvia Cristina Duailibe Costa, um dos imortais homenageados, Jomar da Silva Morais, de 82 anos, disse que neste “tempo intenso”, em suas palavras, se sente inteiro por estar bem de vida nesse momento marcante. “Somente eu me acho presente, já que as ausências são perfeitamente compreensíveis”, lembrou, referindo-se ao colega da AML, José Maria Ramos Martins, que não pôde estar presente devido a sua idade avançada, e outros de seus colegas, já falecidos. Também em seu discurso Jomar Morais homenageou os colegas. “Em nome de nenhum agraciado falarei porque não me cabe fazê-lo, mas a todos eles rendo minha homenagem pelo muito que fizeram”, ressaltou.
Em seu discurso, o reitor da UFMA, Natalino Salgado, falou das qualidades de cada homenageado e dos grandes legados que os fizeram merecer a homenagem. “Estas pessoas deixaram para nós o maior legado de todos, que é a cultura do conhecimento”, exaltou. Natalino Salgado ainda disse que esta homenagem eleva e engrandece a UFMA e reforça ainda mais o laço com a Academia Maranhense de Letras.
O presidente da Academia Maranhense de Letras, Benedito Bogéa Buzar, mencionou que a UFMA e a AML lembraram de uma figura esquecida, mas que marcou a sociedade maranhense: Dom José de Medeiros Delgado, fundador da universidade e que agora dá nome ao campus universitário do Bacanga. “A Academia Maranhense de Letras e a Universidade Federal do Maranhão se redimiram do pecado que estavam cometendo por tanto tempo contra Dom Delgado”, afirmou.
Saiba mais
Dom Delgado, junto com a Academia Maranhense de Letras, criou a Faculdade de Filosofia e doou o Palácio Cristo Rei para abrigar as aulas da mesma. Mas Sendo um visionário e sonhador, alguns de seus maiores desejos eram criar uma biblioteca, um teatro, um museu e uma universidade católica. Por este motivo, como já existia a Escola de Enfermagem São Francisco de Assis e a Faculdade de Filosofia, muito se esforçou para a criação Faculdade de Ciências Médicas e a Faculdade de Serviço Social.
Entretanto, esses cursos não eram suficientes para a formação de um instituição com status de universidade, por isso, Dom Delgado saiu na frente outra vez e criou a Faculdade Católica de Direito. Assim se fundou a Universidade do Maranhão, que posteriormente se tornou a Universidade Federal do Maranhão. É por este legado o Campus Universitário do Bacanga hoje carrega o seu nome, como Cidade Universitária Dom Delgado.
Mario Meireles fundou, junto a outros membros da AML, a Faculdade de Filosofia, onde foi aprovada como professor catedrático. Foi responsável pela criação da biblioteca da faculdade, exigência feita pelo Ministério da Educação para que fosse reconhecida como instituição de ensino superior. Posteriormente participou ativamente na criação da Universidade do Maranhão, quando a Faculdade de Filosofia foi incorporada à Universidade Católica fundada por Dom Delgado, que veio a ser a atual Universidade Federal do Maranhão.
Jomar da Silva Morais se formou em Direito pela UFMA e fez mestrado em História, com área de concentração em História do Brasil, em convênio pela UFMA e UFPE. Também ocupou o cargo de procurador geral da UFMA, e representou a Academia Maranhense de Letras no Conselho Universitário da UFMA em cinco mandatos de dois anos cada.
José Maria Ramos Martins exerceu diferentes funções de magistério e administrativos na UFMA, como professor nos cursos de Direito, Filosofia e Letras. Também exerceu os cargos de reitor e vice-reitor da UFMA.
Domingos Vieira Filho iniciou sua carreira de professor no Liceu Maranhense e foi um dos fundadores da Faculdade de Filosofia, tendo sido professor titular nessa faculdade e no Departamento de Direito da Universidade Federal do Maranhão.