A Polícia Militar voltou a usar, hoje, força desproporcional contra famílias da Vila Nestor, em Paço do Lumiar, que pela terceira vez protestaram contra o que chamam de omissão do Governo do Estado em relação ao drama da falta de moradia em que vivem. De novo, os sem teto foram recebidos com bombas e golpes de cacetete quando tentaram ter acesso à área do Palácio dos Leões. Uma mulher teve um braço quebrado e até o carro de som utilizado pelos manifestantes para transmitir os apelos foi apreendido.
O encontro entre a tropa e os sem-teto se deu no final da manhã, mais uma vez na Avenida Beira-mar, que voltou a ser bloqueada. As famílias da Vila Nestor decidiram voltar à rua depois de terem sido novamente ludibriados pelo governo com a promessa de que o problema seria resolvido.
Os sem-teto criticaram a recusa do governador Flávio Dino (PCdoB) em recebê-los desde o primeiro momento e denunciaram que ele sempre escala “secretários mentirosos para tentar enganá-los com falsas promessas”.
Feridos
De acordo com líderes do movimento, pelo menos 10 pessoas sofreram ferimentos e algumas foram encaminhadas a hospitais. O caso da manifestante que teve o braço quebrado foi registrado na Delegacia Especial da Mulher, enquanto ela era submetida a cirurgia.
Os sem-teto relataram uma série de outros abusos e agressões. O carro de som que contrataram para amplificar o clamor por moradia foi apreendido, um homem que vendia a água no ponto de concentração do movimento teve o dinheiro tomado, segundo ele, por policiais. Sem contar as intoxicações por gás e agressões com cacetetes, que se repetem desde o primeiro protesto.
A truculência do aparelho de repressão montada pelo governo comunista se torna mais grave a cada manifestação reprimida. Uma prova inconteste de respeito à hierarquia.