Um segmento em evolução

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Consultora jurídica da área fitness, a carioca Joana Doin Mancuso, referência em todo o Brasil, esteve no Maranhão e afirmou, entre outras coisas, que o mercado local enfrenta alguns obstáculos, mas está no caminho certo

Para Joana Mancuso, o ideal é que os profissionais busquem a qualificação e acompanhem o que está sendo discutido em nível nacional
Para Joana Mancuso, o ideal é que os profissionais busquem a qualificação e acompanhem o que está sendo discutido em nível nacional

O segmento fitness no Maranhão ainda precisa se organizar melhor para se desenvolver e, dessa maneira, beneficiar o público atendido e os profissionais que nele atuam. Segundo a consultora jurídica carioca Joana Doin Mancuso, referência nessa área em todo o Brasil, o mercado local mudou um pouco nos últimos anos, mas ainda apresenta características consideradas negativas.

Ela exemplifica citando, por exemplo, a inexistência de um sindicato, a dependência do Conselho Regional de Educação Física (ainda uma subseção dos estados do Ceará e Piauí), e também o fato de algumas academias ainda serem enquadradas no segmento escola. Mancuso citou ainda o associativismo pouco formalizado e inexperiente, entre outros itens.

“Normalmente, nos estados, temos as redes, as âncoras e depois as empresas de bairro. Aqui no Maranhão, observamos que há poucas âncoras. No entanto, é um mercado que já sabe que não sabe, e isso é importante”, frisa.

Para a consultora, o ideal é que os profissionais busquem a qualificação e acompanhem o que está sendo discutido em nível nacional. “Uma boa dica é participar de eventos, a exemplo dos encontros periódicos, e, ainda melhor, de cursos de MBA e afins”, frisa a consultora, que ministrou módulo para o MBA em Gestão e Marketing Esportivo na Escola de Negócios Excellence (ENE), instituição localizada no bairro Angelim.

Fase

Joana Mancuso diz que as academias brasileiras, de uma maneira geral, passam por uma fase robusta de formalização, o que contrasta com o que acontecia há 15 anos, quando eram mais informais do que hoje. “Hoje, os gestores querem trabalhar de maneira correta, embora nem sempre saibam como fazer, qual a maneira mais econômica e segura, entre outras coisas. Há alguns anos, eles nem sabiam que não sabiam, mas hoje já sabem”, analisa.

No Brasil todo, o mercado já sabe que não sabe e entende a importância da regularização, conforme Mancuso. “O mercado está aquecido sim, mas é claro que, com a atual crise, o quesito criatividade conta bastante”.

Ela dá o exemplo do personal trainer, profissão que passou a ser legalizada dentro das academias e clubes a partir de 2004. Na última década, houve um boom em relação à profissionalização, que, no entanto, não acompanhou a maturidade desses profissionais enquanto gestores de si mesmos. “O educador físico começou a ganhar dinheiro como personal trainer. Nós temos um movimento do segmento de enriquecimento da categoria por conta do personal, mas ele ainda se sente muito parasita dessas entidades, o que ainda é uma grande mancada, por conta de conhecimento, de esclarecimento”, afirma.

A evolução no Brasil é gradual. O país, aliás, em termos de esporte, é o segundo do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, que, apesar de tudo, estão a anos-luz à frente. “No entanto, nós temos uma representatividade em atividade física considerada ótima, mas não em relação ao empreendedorismo. Temos inclusive projetos de lei tentando embarreirar esse empreendedorismo, o que é muito ruim, a exemplo de Goiânia, Manaus e Sergipe, cidades que pretendem obrigar que o aluno leve seu próprio personal para as academias sem pagar nada, o que é inconstitucional e bizarro. Isto acabaria com uma evolução muito positiva da categoria”, finaliza.

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