De nada adiantou o apelo feito nas redes sociais pelo presidente do Sampaio Corrêa, Sérgio Frota, para que a torcida lotasse o Castelão no jogo de ontem, contra o ABC-RN. Pouco mais de 10.400 pessoas pagaram ingresso para assistir no estádio à vitória por 3 x 2 do Tricolor sobre a equipe potiguar. A renda bruta foi de apenas R$ 211 mil e, descontadas as despesas da partida, o que restou foi um valor muito aquém do que o clube precisa arrecadar para manter o grupo competitivo que montou para disputar a Série B este ano.
Faz tempo que o Sampaio não joga em São Luís com casa cheia, apesar da boa campanha no campeonato e da mídia potente em torno dos jogos do time na competição. Excetuando-se o setor 1, que costuma abrigar o grosso da torcida, e o de cadeiras cobertas, paraíso dos caroneiros – só na partida de ontem, quase 3 mil indivíduos entraram no estádio sem pagar -, os demais espaços do Castelão receberam público inexpressivo em todas os sete confrontos em que o time do treinador Léo Condé foi o mandante na Segundona, até agora.
Preocupado com o esvaziamento do estádio, Sérgio Frota passou a usar seu perfil pessoal no Facebook e outros canais de comunicação para convocar a torcida e assim viabilizar parte da receita que precisa para bancar elenco, comissão técnica e outros custos, que atualmente se aproximam da casa de R$ 1 milhão por mês. Disposto a sensibilizar a massa boliviana, o dirigente fez o convite: “Esse jogo vale muito e nossa equipe tá motivada. Vamos nos encontrar daqui a pouco no Castelão e partir para cima deles. Espero vocês lá. Um grande abraço.” Tudo em vão, pois o que se viu foi o mesmo público fraco das partidas anteriores.
Mesmo com o time na 5ª colocação, com chances reais de ingressar no G-4 nas próximas rodadas, o público não tem correspondido. Muitos reclamam do preço alto do ingresso: R$ 30 para os setores mais populares. Outros atribuem a debandada à transmissão dos jogos do Sampaio em São Luís pela TV por assinatura em bares, restaurantes, shoppings e nos lares de uma parcela crescente dos torcedores. Há ainda aqueles que acreditam que a violência seja o principal fator a afastar o público, principalmente as famílias, presentes em bom número no Castelão nas últimas campanhas do time.
A torcida tricolor, que outrora deu shows de vibração no Castelão e empurrou o time a vitórias maiúsculas e a dois acessos consecutivos, em 2012 e 2013, está devendo. Como maior capital do clube, fez a diferença nos últimos anos, tanto pela pressão e pela motivação que emanavam das arquibancadas quanto pelas arrecadações milionárias geradas na bilheteria.
Mas hoje a realidade é outra e o que se vê é o estádio vazio, um grave desfalque que o Sampaio vem sofrendo jogo após jogo na atual temporada.