Lenda viva

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Fontenele morreu aos 73 anos e deixou uma lacuna no rádio
Fontenele morreu aos 73 anos e deixou lacuna no rádio

Herbert Fontenele morreu hoje, aos 73 anos, mas permanecerá, definitivamente, como lenda viva da crônica esportiva do Maranhão e do Brasil. A carreira do mais célebre profissional do rádio local foi tão intensa quanto polêmica, a ponto de transformá-lo em ícone da comunicação de massa, cuja presença muitas vezes se sobrepunha à informação, tamanha a sua imponência ao microfone.

Por décadas, Fontenele arrebatou multidões de torcedores com seus comentários contundentes, ferinos até. Crítico ao extremo, não poupava jogadores, técnicos e dirigentes quando os julgava incapazes. Atraiu antipatia e hostilidade, mas também conquistou uma legião de admiradores, que mantiveram audiência fiel ao ídolo até o último momento.

Sua acidez era típica dos perfeccionistas, que não admitem falhas próprias e alheias, uma utopia, obviamente, mas que leva muitos a dar o melhor de si e a realizar grandes obras. Dedicado ao trabalho, Fontenele exercia a profissão como sacerdócio. Abnegação e raro talento compunham, portanto, a fórmula do seu sucesso.

Assim como tantos outros comunicadores, sinto-me triste com a partida de mais esse valoroso companheiro, mas também gratificado por ter convivido profissionalmente com ele em alguns momentos, quando estagiário na Rádio Mirante AM, entre junho de 2000 e novembro de 2001, a convite do coordenador de Jornalismo, Zeca Soares.

Fazia questão de ficar na emissora além do meu horário para acompanhar o programa de Fontenele direto do estúdio e dar minha contribuição, quando solicitado. Dessa forma, pude fazer parte, mesmo que por curto período, da trajetória marcante e inesquecível do Comentarista do Povão.

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