Aumenta a cada dia o contingente de policiais que defendem a paralisação da tropa em protesto contra a decisão do Comando Geral da PM de proibir o acautelamento de armas, ou seja, o uso de revólveres, pistolas e outros instrumentos bélicos pelos militares fora do horário de serviço. Há ainda os que pregam a desobediência à norma, invocando uma lei e um decreto federais segundo os quais eles não podem ser punidos por se recusar a devolver as armas.
O desarmamento dos policiais já vinha sendo estudado pela cúpula do sistema de segurança pública como tentativa de reduzir o número de morte de PMs, já que muitos tombaram ao confrontar bandidos fora do expediente.
Após a chacina ocorrida em uma casa de veraneio na praia de Panaquatira, no último sábado (24), seguida de declaração do secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, de que o soldado Max Muller Rodrigues Carvalho, um dos mortos, fora imprudente ao reagir à ação do bando que invadiu o imóvel, a medida começou a ser executada.
Mensagem de Whatsapp que circula desde ontem entre militares, enviada a vários jornalistas e blogueiros, informa que o coronel Quaresma, da Ajudância Geral do Comando Geral da PM, estaria tomando todas as armas acauteladas aos policiais lotados naquela unidade (leia post acima).
Reação
Com receio de que a ordem se estenda a toda a tropa, dezenas de praças e oficiais passaram a defender a desobediência, alegando que a Lei Federal 10.826/03 e o Decreto Federal 5.123/04 os exime de qualquer punição se o prazo de 12 meses para acautelamento das armas estiver em vigência. Outros defendem também que a tropa cruze os braços em protesto contra a medida. “Meus amigos, se o comando tentar fazer isso… Agora é o momento certo para nos unirmos e fazer uma paralisação”, prega um dos militares.
A ameaça de paralisação ganha força nas redes sociais e dentro dos quartéis, criando um foco de instabilidade que em tempos de violência desenfreada não é nada salutar para a corporação, muito menos para os cidadãos de bem do Maranhão.